Exame Logo

Vodca "atômica" feita em Chernobyl é apreendida na Ucrânia

O destilado exótico, produzido com maças cultivadas na zona radioativa da usina nuclear de Chernobyl, tinha como destino o Reino Unido

(THE CHERNOBYL SPIRIT COMPANY/Reprodução)
AL

André Lopes

Publicado em 13 de maio de 2021 às 09h16.

Última atualização em 13 de maio de 2021 às 17h36.

Já imaginou tomar um drink radioativo? É quase isso que cientistas da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, estão propondo. A partir de uma pesquisa iniciada em 2019, eles tentaram criar uma vodca "atômica", desenvolvida com maças cultivadas na zona radioativa da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia – local que foi palco para a explosão de um reator em abril de 1986. O produto ficou pronto e agora está muito perto dos clientes poderem comprar a iguaria.

Na verdade, quem se interessou pela bebida já estaria de ressaca desde março, caso as 1,5 mil garrafas do destilado “ATOMIK” não tivessem sido apreendidas na cidade de Kiev, capital da Ucrânia, durante uma abordagem dos Serviços de Segurança Ucranianos (SBU).

Veja também

Segundo as autoridades, o lote despachado pela destilaria Chernobyl Spirit Company estava prestes a embarcar até o Reino Unido com selos fiscais ucranianos falsos e por isso foi interditado. Informação que o fabricante nega, uma vez que as garrafas são para o mercado do Reino Unido e estão rotuladas com selos fiscais válidos do Reino Unido.

A empresa afirma que os cientistas da equipe demonstraram que os produtos radioativos podiam ser destilados ao ponto de serem seguros e ficarem com níveis de radioatividade muito abaixo dos de Chernobyl. “A radiação encontrada é a Carbono-14 natural, presente no mesmo nível que se espera em qualquer bebida destilada", explicou Jim Smith, fundador da The Chernobyl Spirit Company, em entrevista ao The Guardian, em 2019.

Apesar do nome que remete a um marco triste da humanidade, o destilado tem uma proposta nobre. Aproximadamente 75% dos lucros da fabricante serão usados ​​"para ajudar a trazer empregos e investimentos para as áreas afetadas" pelo incidente nuclear na Ucrânia e "para apoiar ainda mais a comunidade".

 

 

Acompanhe tudo sobre:acidentes-nuclearesBebidasPesquisaReino UnidoUcrânia

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Ciência

Mais na Exame