Ciência

Exclusivo: um raio-x das 130 vacinas em teste contra o coronavírus

Cerca de 20 bilhões de dólares estão sendo destinados à pesquisa de vacina para a covid-19 , aponta novo relatório da EXAME Research

Pesquisadora do Instituto Pasteur, na França, um dos que buscam um vacina contra a covid-19: um esforço global para encontrar uma solução para a epidemia (Virginie Clavieres/Paris Match/Getty Images)

Pesquisadora do Instituto Pasteur, na França, um dos que buscam um vacina contra a covid-19: um esforço global para encontrar uma solução para a epidemia (Virginie Clavieres/Paris Match/Getty Images)

FS

Filipe Serrano

Publicado em 5 de junho de 2020 às 10h54.

Última atualização em 5 de junho de 2020 às 19h10.

As pesquisas para o desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus já contam com o financiamento de pelo menos 20 bilhões de dólares no mundo. É um esforço global sem precedentes que envolve governos, empresas e a comunidade científica de diversos países.

Exame Research -- Relatório "Vacinas: a corrida pela vida"

EXCLUSIVO: relatório sobre a corrida da vacina contra a covid-19 (Research/Exame)

O dado faz parte do novo relatório A Corrida pela Vida, produzido pela EXAME Research, unidade de análises de investimentos e pesquisas da EXAME, e publicado nesta sexta-feira, 5 de junho.

De acordo com o relatório, ao todo estão em andamento 224 programas de vacinas no mundo contra todos os tipos de doenças. Dessas, 130 têm como alvo a covid-19, o que é um exemplo da urgência com que o tema tem sido tratado.

Entre os experimentos que estão sendo realizados dez já iniciaram os testes em seres humanos. Nunca uma vacina chegou a esse estágio em um intervalo tão curto. A que levou menos tempo para ser desenvolvida foi a da caxumba, criada em quatro anos.

Essas dez vacinas estudadas em seres humanos estão sendo desenvolvidas por empresas e universidades dos Estados Unidos, do Reino Unido e da China. Entre elas está o estudo liderado pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca que passará por um teste com 2.000 voluntários no Brasil.

A pesquisa britânica é um dos quatro experimentos mais promissores em andamento. Além dele, as pesquisas da empresa americana Moderna, da chinesa CanSino e da alemã BioNTech em parceria com a farmacêutica Pfizer já mostraram resultados positivos em testes com animais. Cada um deles utiliza técnicas diferentes para estimular a produção de anticorpos e imunizar as pessoas contra o novo coronavírus. A previsão dos pesquisadores é que até o fim deste ano ou em 2021 uma vacina já esteja pronta para ser produzida.

Dos 20 bilhões de dólares destinados à pesquisa das vacinas, 10 bilhões foram liberados por um programa do Congresso dos Estados Unidos. Os recursos são usados para financiar 14 estudos diferentes, incluindo a pesquisa da Universidade de Oxford e da AstraZeneca, e podem ser utilizados também na produção das vacinas quando elas estiverem prontas. Outros 8 bilhões de dólares foram levantados com governos de diversos países em uma campanha liderada pela União Europeia (o Brasil não aderiu ao projeto).

Outra parte dos investimentos vem da Coalizão para a Inovação e a Prevenção de Epidemias (CEPI, na sigla em inglês), uma fundação formada em 2015 durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, com doações de diversas entidades filantrópicas, entre elas a Fundação Bill & Melinda Gates. A CEPI já providenciou 1,4 bilhão de dólares para as pesquisas das vacinas contra a covid-19.

Publicado nesta sexta-feira, o relatório A Corrida pela Vida traz uma análise aprofundada das vacinas em desenvolvimento no mundo e os potenciais impactos das pesquisas no combate da doença e também nas empresas envolvidas.

Pesquisadora do Instituto Pasteur, na França, um dos que buscam uma vacina contra a covid-19: esforço global para encontrar uma solução para a epidemia (Virginie Clavieres/Paris Match/Getty Images)

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