Ciência

Vacina russa Sputnik V é 91,6% eficaz contra a covid-19

Os resultados ainda são preliminares e dizem respeito a um teste duplo-cego e randomizado, feito com 21.977 pacientes

Sputnik V: vacina mostrou alta eficácia (Agustin Marcarian/Reuters)

Sputnik V: vacina mostrou alta eficácia (Agustin Marcarian/Reuters)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 2 de fevereiro de 2021 às 09h44.

Última atualização em 5 de fevereiro de 2021 às 07h56.

A vacina russa contra o novo coronavírus apresentou 91,6% de eficácia em um teste de fase três publicado nesta terça-feira, 2, na revista científica The Lancet.

Os resultados ainda são preliminares e dizem respeito a um teste duplo-cego (quando nem o médico e nem o voluntário sabem qual medicação está sendo administrada) e randomizado, feito com 21.977 pacientes acima dos 18 anos e que não tomaram nenhum tipo de vacina 30 dias antes do começo do ensaio.

A vacina foi administrada em duas doses. Após 21 dias da primeira dose da vacina – que coincidiu com o dia da segunda dose –, 16 dos 14.964 pacientes no grupo que receveu o imunizante e 62 dos 4902 que estavam no grupo de placebo contraíram a covid-19.

Com essa informação, os cientistas constataram que a vacina era 91,6% eficaz. Pacientes no grupo de placebo sofreram efeitos adversos que não tinham relação com a vacina. Quatro mortes foram reportadas durante o estudo, três no grupo vacinado e uma no grupo de placebo – nenhuma das mortes, segundo os pesquisadores, teve relação com a vacina.

A Sputnik V foi a primeira vacina a ser registrada no mundo e é baseada no adenovírus humano fundido com a espícula de proteína em formato de coroa que dá nome ao coronavírus. É por meio dessa espícula de proteína que o vírus se prende às células humanas e injeta seu material genético para se replicar até causar a apoptose, a morte celular, e, então, partir para a próxima vítima. A tecnologia é a mesma utilizada em outras vacinas, como é o caso da de Oxford em parceria com a AstraZeneca.

As fases para a aprovação de uma vacina

Para uma vacina ser aprovada, ela precisa passar por diversas fases de testes clínicos prévios e em humanos. Primeiro, ela passa por fases pré-clínicos, que incluem testes em animais como ratos ou macacos para identificar se a proteção produz resposta imunológica.

A fase 1 é a inicial, quando os laboratórios tentam comprovar a segurança de seus medicamentos em seres humanos; a fase 2 tenta estabelecer de a vacina ou o remédio produz imunidade contra um vírus. Já a fase 3 é a última do estudo e procura demonstrar a eficácia da imunização.

Uma vacina é finalmente disponibilizada para a população quando a fase 3 é finalizada e a proteção recebe um registro sanitário.

Acompanhe tudo sobre:MortesDoençasRússiaVacinasCoronavírusPandemiavacina contra coronavírus

Mais de Ciência

Fósseis na Venezuela revelam detalhe impressionante sobre as anacondas

Albert Einstein estava certo? Como Marte pode comprovar teoria da relatividade

Ameba de fogo acende alerta sobre vida extraterreste

O último enigma de Stephen Hawking: o que existe além do universo?