Ciência

Vacina de Oxford é a primeira com testes divulgados em revista científica

Produzida em parceria com o laboratório AstraZeneca, a vacina tem eficácia de até 90%. Brasil espera que 30 milhões de doses sejam entregues até fevereiro

Vacina: imunizante produzido em Oxford tem 90% de eficácia (gett/Getty Images)

Vacina: imunizante produzido em Oxford tem 90% de eficácia (gett/Getty Images)

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Rodrigo Loureiro

Publicado em 8 de dezembro de 2020 às 15h10.

Última atualização em 8 de dezembro de 2020 às 15h16.

Enquanto as atenções estão voltadas para a CoronaVac, vacina que deve ser oferecida em São Paulo a partir de janeiro, outro imunizante contra a covid-19 teve seus resultados preliminares de testes de fase 3 divulgados em uma revista científica. Foi a primeira vez que isso aconteceu e o mérito é da vacina produzida pela Universidade de Oxford com o laboratório anglo-sueco AstraZeneca.

Os resultados foram divulgados nesta terça-feira (8) pela revista científica The Lancet, uma das principais publicações deste tipo no mundo. Os dados são preliminares, o que significa que os testes ainda não acabaram. Ao que foi divulgado, a vacina teve eficácia média de 70,4%. Em um grupo reduzido que tomou doses menores do imunizante, a eficácia foi de até 90%.

É comum que os resultados apresentem números diferentes de acordo durante os testes, já que os pesquisadores avaliam os efeitos de diferentes dosagens do medicamento para decidir qual será a ideal para proteger contra o vírus Sars-CoV-2. Em termos simples, a cada 10 pessoas que poderão tomar a vacina, somente uma não estaria imunizada.

O fato da vacina desenvolvida em Oxford ter tido seus testes preliminares publicados em uma revista científica permite que outros cientificas possam validar os dados e os métodos utilizados no processo de testagem. Isso não significa, porém, que a vacina está ou não mais próxima de ser disponibilizada para o público.

Para que isso aconteça, após a terceira fase de testes (que inclui a testagem do imunizante em milhares de pessoas), é preciso que órgãos reguladores de cada país, como a Anvisa, no Brasil, deem seu parecer positivo para que a vacina seja disponibilizada em postos de vacinação.

A vacina produzida em Oxford é um dos quatro imunizantes que está sendo testado no Brasil. O governo do presidente Jair Bolsonaro é um forte apoiador desta vacina, diferentemente do que ocorre com a vacina produzida na China em parceria com a Instituto Butantan, em São Paulo.

Após a aprovação de um investimento de 1,9 bilhão de reais do governo federal, as previsões mais recentes apontam que 30 milhões de doses serão entregues ao país até o fim de fevereiro. Outras 70 milhões de doses devem desembarcar no Brasil até julho e outras 110 milhões são esperadas no segundo semestre.

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