Ciência

Vacina da Pfizer tem eficácia de 94% entre vacinados em Israel

O estudo com cerca de 1,2 milhão de pessoas também revelou que uma só dose tem eficácia de 57% na proteção de infecções sintomáticas após duas semanas

Pfizer (Dado Ruvic/Reuters)

Pfizer (Dado Ruvic/Reuters)

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Reuters

Publicado em 24 de fevereiro de 2021 às 20h59.

O primeiro grande estudo com a vacina da Pfizer/BioNTech no mundo real mostra que o imunizante é altamente eficaz na prevenção da covid-19, em um momento potencialmente marcante para os países desesperados para encerrar medidas restritivas e reabrir suas economias.

Até agora, a maior parte dos dados sobre a eficácia de vacinas contra a Covid-19 foi obtida em condições controladas em estudos clínicos, deixando um elemento de incerteza sobre como os resultados seriam traduzidos para o mundo real com suas variáveis imprevisíveis.

A pesquisa em Israel - que está no segundo mês de uma das campanhas de vacinação mais rápidas do mundo, providenciando uma rica fonte de dados - mostra que duas doses da vacina da Pfizer reduzem os casos sintomáticos de covid-19 em 94% dentro de todos os grupos etários, diminuindo o risco de quadros graves da doença em quase a mesma porcentagem.

O estudo com cerca de 1,2 milhão de pessoas também revelou que uma só dose tem eficácia de 57% na proteção de infecções sintomáticas após duas semanas, de acordo com dados publicados e revisados por pares no New England Journal of Medicine na quarta-feira.

Os resultados do estudo feito pelo Instituto Clalit estão próximos aos de estudos clínicos do ano passado que concluíram que duas doses da vacina tem 95% de eficácia.

"Ficamos surpresos pois esperávamos que no cenário do mundo real, onde a cadeia de frio não é mantida perfeitamente e a população é mais velha e mais adoecida, que não conseguiríamos resultados tão bons quanto os que temos em estudos clínicos controlados", disse o autor sênior do estudo Ran Balicer à Reuters. "Mas tivemos e a vacina funciona bem no mundo real".

"Mostramos que a vacina é eficaz em vários subgrupos diferentes, nos mais jovens e nos mais velhos e naqueles sem comorbidades e naqueles com algumas comorbidades", acrescentou.

O estudo também sugere que a vacina, desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Pfizer e a alemã BioNTech, é eficiente contra a variante do coronavírus identificada primeiramente no Reino Unido. Os pesquisadores dizem que não podem providenciar um nível específico de eficácia, mas a variante era a versão dominante do vírus em Israel na época do estudo.

A pesquisa não demonstrou como a vacina da Pfizer irá desempenhar contra outra variante, agora dominante na África do Sul, que parece reduzir a eficácia de outras vacinas.

Das nove milhões de pessoas em Israel, um país com acesso universal à saúde, quase metade já recebeu a primeira dose, e um terço já tomou ambas as doses desde que o programa começou no dia 19 de dezembro.

Isso tornou o país um local perfeito para um estudo do mundo real sobre a capacidade da vacina em conter a pandemia, assim como a capacidade avançada do país em providenciar dados.

O estudo examinou cerca de 600 mil pessoas vacinadas contra um grupo de controle do mesmo tamanho de pessoas não vacinadas. Pesquisadores da Escola de Saúde Pública T.H. Chan de Harvard, da Escola de Medicina de Harvard e do Hospital Infantil de Boston também colaboraram.

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