Ondas gravitacionais: previstas por Einstein, fenômeno foi detectado após mais de um século (Henze/NASA)
Victor Caputo
Publicado em 12 de fevereiro de 2016 às 09h02.
Última atualização em 3 de outubro de 2017 às 09h37.
São Paulo – Cientistas anunciaram hoje a detecção de ondas gravitacionais. O fenômeno havia sido previsto pelo físico Albert Einstein na sua Teoria da Relatividade Geral, há mais de um século.
A descoberta é de grande importância para o mundo da astrofísica. Os cientistas disseram que a detecção foi feita no dia 14 de setembro.
Veja abaixo o que exatamente são as ondas gravitacionais e o que muda com essa descoberta.
Ondas gravitacionais são ondulações no espaço-tempo. De acordo com a Teoria Geral da Relatividade, colisões colossais ou explosões estelares irradiam energia o suficiente para que essas ondulações fujam na velocidade da luz pelo universo.
Sim. Apesar de prevista por Einstein, a existência das ondas gravitacionais ainda não havia sido provada. Hoje, cientistas do Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser (LIGO) afirmaram que, pela primeira vez na história, elas foram detectadas.
As ondas gravitacionais seriam uma forma a mais de observar e procurar respostas sobre o universo. A analogia que se faz é que, até hoje, cientistas podiam observar o espaço apenas. Com as ondas gravitacionais, os cientistas ganham ouvidos também.
Muitas perguntas podem ganhar novas respostas com os estudos envolvendo as ondas gravitacionais. Questões sobre o momento da criação e sobre a evolução do universo, por exemplo, podem ganhar novos olhares.
O físico Stephen Hawking afirmou que a descoberta abre uma porta para “uma nova forma de olhar o universo”.
"Podemos esperar ver buracos negros ao longo da história do universo. Poderíamos inclusive ver os vestígios do universo primordial, durante o Big Bang, graças às ondas gravitacionais", disse Hawking.
Estima-se que 90% do universo é formado por matéria escura. Com as ondulações gravitacionais, cientistas poderão estudá-la com mais detalhes.
Colisões de buracos negros e explosões de estrelas (supernovas) são capazes de gerar as ondulações. Outro exemplo, importante para os cientistas, é o Big Bang.
As ondas descobertas pelo LIGO foram geradas pela colisão e união de dois buracos negros que aconteceram há mais de um bilhão de anos.
É a sigla em inglês de Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser. Foi esse projeto de pesquisa que foi capaz de detectar as ondas gravitacionais. O LIGO usa duas estruturas gigantes nos Estados Unidos como detectores. Uma fica no estado de Washington (na foto acima) e outra no de Louisiana. As duas estruturas ficam distantes para quem sinais falsos gerados localmente não sejam tomados como leituras de ondas gravitacionais.
Talvez. A descoberta é muito importante e dá visibilidade ao grupo que trabalhou nela. O diretor do Instituto Max Planck de Física de Hannover, na Alemanha, afirmou que a descoberta "tem potencial de Nobel, não há dúvida disso".