Ciência

Rússia deixará de participar da Estação Espacial Internacional a partir de 2024

A cooperação russo-ocidental no espaço foi prejudicada pela ofensiva lançada pela Rússia em 24 de fevereiro contra a Ucrânia e a saída russa da estação já era cogitada

Rússia: Em 2020, a Rússia perdeu o monopólio do lançamento ao espaço com seus antigos, mas confiáveis, lançadores e espaçonaves Soyuz (AFP/AFP)

Rússia: Em 2020, a Rússia perdeu o monopólio do lançamento ao espaço com seus antigos, mas confiáveis, lançadores e espaçonaves Soyuz (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 26 de julho de 2022 às 10h33.

Última atualização em 26 de julho de 2022 às 10h39.

A Rússia deixará de operar na Estação Espacial Internacional (ISS) "após 2024", anunciou nesta terça-feira, 26, o chefe da agência espacial russa Roscosmos, Yuri Borissov. 

"Nós certamente cumpriremos todas as nossas obrigações para com nossos parceiros" da ISS, declarou Borissov, durante uma reunião televisionada com o presidente russo, Vladimir Putin. "Mas foi tomada a decisão de deixar esta estação depois de 2024", disse ele.

"Acredito que então começaremos a criar a estação orbital russa", que será "a principal prioridade" do programa espacial nacional, continuou Borissov.

"O futuro dos voos tripulados russos deve se basear, sobretudo, num programa científico sistêmico e equilibrado para que cada voo nos enriqueça com conhecimentos na área espacial", sublinhou o responsável da Roscosmos.

Nomeado chefe da Roscosmos em meados de julho, Yuri Borissov substituiu Dmitri Rogozin, conhecido por seu estilo rígido e nacionalismo desenfreado.

Até esta nomeação, Borissov, de 65 anos, ocupava o cargo de vice-primeiro-ministro responsável pelo complexo militar-industrial russo, que inclui também o setor espacial. "É uma grande honra para mim, mas também tem obrigações adicionais", disse Borissov a Putin.

"O campo espacial está em uma situação difícil e acredito que minha principal tarefa (...) é aumentar o nível, sobretudo fornecendo os serviços espaciais necessários para a economia russa", destacou, citando principalmente navegação, comunicação e transmissão de dados.

Em 2020, a Rússia perdeu o monopólio do lançamento ao espaço com seus antigos, mas confiáveis, lançadores e espaçonaves Soyuz após a chegada ao cenário do bilionário Elon Musk da SpaceX.

A cooperação russo-ocidental no espaço também foi prejudicada pela ofensiva lançada pela Rússia em 24 de fevereiro contra a Ucrânia.

As sanções ocidentais adotadas contra a Rússia por causa dessa ofensiva afetam em parte a indústria aeroespacial russa e colocam em risco a Estação Espacial Internacional, porque alguns suprimentos podem ser interrompidos.  O setor espacial russo é atormentado há anos pela corrupção e pela falta de inovação.

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