Ciência

Reduzir consumo de álcool pode diminuir sintomas da TPM, diz estudo

Estudos mostraram que a ingestão de álcool está associada a um aumento de 45% no risco de desenvolvimento da TPM

Álcool: substância altera os níveis dos hormônios sexuais esteroide e gonadotrofina durante o ciclo menstrual (thinkstock/Thinkstock)

Álcool: substância altera os níveis dos hormônios sexuais esteroide e gonadotrofina durante o ciclo menstrual (thinkstock/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de abril de 2018 às 17h00.

Última atualização em 9 de agosto de 2019 às 16h01.

Pesquisadores da Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha, e da Universidade de Southampton, no Reino Unido, conduziram um estudo para analisar a relação entre ingestão de álcool e tensão pré-menstrual (TPM), e concluíram que 1 em cada 10 casos de TPM é causado pelas bebidas alcoólicas.

Os pesquisadores analisaram bancos de dados e encontraram nove estudos publicados até maio de 2017 sobre essa relação, em oito diferentes países da Europa, envolvendo ao todo mais de 47 mil participantes. Os resultados foram publicados em um artigo no British Medical Journal.

Os sintomas da TPM envolvem as alterações de humor, inchaço e dores nos peitos, desejos alimentares específicos, fadiga, irritabilidade e tristeza, e eles variam de mulher para mulher. Nos Estados Unidos, por exemplo, as mulheres passam cerca de 3 mil dias com sintomas da TPM durante seus anos reprodutivos.

Diversos estudos já mostraram que os sintomas da TPM são mais severos entre mulheres que tomam bebidas alcoólicas, mas não está claro se esse consumo é causa ou consequência dos sintomas. A análise desses estudos mostrou que a ingestão de álcool está associada a um aumento de 45% no risco de desenvolvimento da TPM. O número sobe para 79% para mulheres que bebem com mais frequência.

Algumas das explicações biológicas para isso é que o álcool altera os níveis dos hormônios sexuais esteroide e gonadotrofina durante o ciclo menstrual, e que também pode interferir no modo de produção de substâncias químicas do cérebro, como a serotonina.

"Essas descobertas são importantes, considerando que a prevalência de mulheres que bebem bebidas alcoólicas no mundo não é baixa", escreveram os pesquisadores. Mundialmente, cerca de 30% das mulheres ingerem bebidas alcoólicas, sendo que 6% são consideradas bebedoras frequentes. Porém, na Europa esses índices sobem para 60% e 12%, respectivamente.

"Baseado nos nossos resultados, estimamos que 11% dos casos de TPM estão ligados à ingestão de álcool, em âmbito mundial, enquanto isso sobe para 21% na Europa. Além disso, os sintomas de TPM estão ligados à bebida excessiva em 4% dos casos no mundo e 9% na Europa", concluem os responsáveis pelo estudo, que dizem que eliminando a ingestão de bebidas alcoólicas, podem-se diminuir os sintomas da TPM.

Acompanhe tudo sobre:bebidas-alcoolicasMulheresPesquisas científicas

Mais de Ciência

Astronautas que forem a Marte podem ter que usar remédios vencidos; entenda

'Super Júpiter': James Webb descobre planeta 1 bilhão de anos mais jovem que sistema solar

Gripe aviária pode infectar humanos? O que se sabe sobre a nova doença

Oxigênio produzido sem luz? Conheça a nova descoberta dos cientistas

Mais na Exame