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Português diz que entrou no Mais Médico por amor à profissão

Miguel Alpuin, clínico geral, com 70 anos de idade, está entre os médicos mais velhos contratados pelo programa do governo federal

Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recebe médicos estrangeiros que vão atuar no Programa Mais Médicos (Valter Campanato/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2013 às 23h40.

Rio de Janeiro – Os profissionais estrangeiros e brasileiros formados no exterior, que começaram a chegar hoje (23) ao Brasil, dizem que aderiram ao programa Mais Médicos pela oportunidade de ampliar a experiência profissional e atender a população que mais precisa. Vários deles desembarcaram no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão-Tom Jobim.

O português Miguel Alpuin, clínico geral, com 70 anos de idade, está entre os médicos mais velhos contratados pelo programa do governo federal para trabalhar no Brasil. Aposentado há seis anos, ao desembarcar no Galeão, ele disse que resolveu voltar à atividade médica atraído pelo desafio do Programa Mais Médicos e pelo amor à profissão. “Com a minha idade, em Portugal já não se pode trabalhar, e este programa é muito interessante, eu não quero parar. Não me sinto com 70 anos. Eu gosto muito de atender doentes”. Ele vai trabalhar em Gaspar, município de Santa Catarina. O critério usado para escolher o local foi o clima “porque me dou muito mal com o calor”. Para ele, a bolsa de R$ 10 mil que vai receber é justa e próxima ao que recebe um médico em Portugal.

Maria Teresa Aguiar, portuguesa de 59 anos, com especialização em medicina geral e familiar, vai para Almirante Tamandaré, no Paraná. Ela declarou que a resposta à polêmica criada pelos médicos brasileiros quanto à vinda de estrangeiros será dada com trabalho. “Tenho seguido atentamente a imprensa acerca desse assunto, penso que eles têm razão para isso, mas tenho certeza que eles vão mudar de opinião quando nos verem a trabalhar”. Ela ressaltou que a motivação pessoal para vir ao Brasil é o desafio profissional.

O brasileiro Márcio Moura, de 37 anos, pediatra, que mora há 20 anos na Europa, formado na Espanha e trabalhando em Portugal, disse que se inscreveu no programa pela oportunidade de voltar ao Brasil. Ele vai para Pirenópolis, em Goiás. “Nós queremos voltar porque são mais de 20 anos na Europa, somos especialistas, nossa família é toda daqui, chega uma hora que dinheiro não é tudo. Nós já temos dinheiro, agora vamos trabalhar em prol da nossa comunidade, dar a nossa contribuição. A vida não é só dinheiro e os colegas brasileiros não precisam ficar preocupados, somos todos competentes, nós não temos medo do Revalida”.

Robson Carmo, também formado na Espanha com especialização em Portugal, vai para Sarandi, no Paraná. Segundo ele, a responsabilidade que terá agora será com a população que vai atender. “Eu e meus colegas temos formação e sabemos o que fazemos. A nossa responsabilidade, com todo o respeito aos colegas, não é com os colegas, não vou tratar a eles. Sou brasileiro e, em 20 anos, nunca tratei um brasileiro, é um sonho pessoal, já não é questão econômica, eu poder tratar a minha população, é essa gente que pode me questionar se eu não fizer um bom trabalho”.

Natural de Mineiros, em Goiás, Jeslei Teodoro também trabalhava em Portugal e vai ficar em Bela Vista de Goiás. Para ele, a infraestrutura que vai encontrar não será problema. “Nós sabemos a realidade do país que trabalhamos e também a realidade daqui. Essa questão da infraestrutura, os postos de saúde da minha cidade, Mineiros, que tem 80 mil habitantes, estão muito bem equipados, melhor do que muitos postos da Europa”, disse.

Jeslei voltou da Europa com toda a família, depois de 20 anos, e reitera que não há necessidade de haver divergência com os colegas que atuam no Brasil. “Nó percebemos o lado deles. Eles devem ter os seus motivos para estar contra o projeto, mas, com o tempo de atuação nossa, essa concepção deles vai mudar, até porque eu percebi que a população está nos apoiando e a tendência de quando começarmos a atuar vai ser apoiar mais ainda. Então acho que não há motivo para ter essa divergência, somos todos colegas”.

O secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, recebeu os estrangeiros no Rio e disse que o dia de hoje é histórico e deve ser celebrado, pois o país começa a incorporar ao sistema de saúde 1.340 médicos, sendo 244 deles formados no exterior. “Todos eles têm um currículo excelente para exercer a atenção primária, para incorporar com a gente nesse processo, e eu acho que é um dia de saudação, de celebração e de felicidade para o sistema de saúde brasileiro”, disse.

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Rio de Janeiro – Os profissionais estrangeiros e brasileiros formados no exterior, que começaram a chegar hoje (23) ao Brasil, dizem que aderiram ao programa Mais Médicos pela oportunidade de ampliar a experiência profissional e atender a população que mais precisa. Vários deles desembarcaram no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão-Tom Jobim.

O português Miguel Alpuin, clínico geral, com 70 anos de idade, está entre os médicos mais velhos contratados pelo programa do governo federal para trabalhar no Brasil. Aposentado há seis anos, ao desembarcar no Galeão, ele disse que resolveu voltar à atividade médica atraído pelo desafio do Programa Mais Médicos e pelo amor à profissão. “Com a minha idade, em Portugal já não se pode trabalhar, e este programa é muito interessante, eu não quero parar. Não me sinto com 70 anos. Eu gosto muito de atender doentes”. Ele vai trabalhar em Gaspar, município de Santa Catarina. O critério usado para escolher o local foi o clima “porque me dou muito mal com o calor”. Para ele, a bolsa de R$ 10 mil que vai receber é justa e próxima ao que recebe um médico em Portugal.

Maria Teresa Aguiar, portuguesa de 59 anos, com especialização em medicina geral e familiar, vai para Almirante Tamandaré, no Paraná. Ela declarou que a resposta à polêmica criada pelos médicos brasileiros quanto à vinda de estrangeiros será dada com trabalho. “Tenho seguido atentamente a imprensa acerca desse assunto, penso que eles têm razão para isso, mas tenho certeza que eles vão mudar de opinião quando nos verem a trabalhar”. Ela ressaltou que a motivação pessoal para vir ao Brasil é o desafio profissional.

O brasileiro Márcio Moura, de 37 anos, pediatra, que mora há 20 anos na Europa, formado na Espanha e trabalhando em Portugal, disse que se inscreveu no programa pela oportunidade de voltar ao Brasil. Ele vai para Pirenópolis, em Goiás. “Nós queremos voltar porque são mais de 20 anos na Europa, somos especialistas, nossa família é toda daqui, chega uma hora que dinheiro não é tudo. Nós já temos dinheiro, agora vamos trabalhar em prol da nossa comunidade, dar a nossa contribuição. A vida não é só dinheiro e os colegas brasileiros não precisam ficar preocupados, somos todos competentes, nós não temos medo do Revalida”.

Robson Carmo, também formado na Espanha com especialização em Portugal, vai para Sarandi, no Paraná. Segundo ele, a responsabilidade que terá agora será com a população que vai atender. “Eu e meus colegas temos formação e sabemos o que fazemos. A nossa responsabilidade, com todo o respeito aos colegas, não é com os colegas, não vou tratar a eles. Sou brasileiro e, em 20 anos, nunca tratei um brasileiro, é um sonho pessoal, já não é questão econômica, eu poder tratar a minha população, é essa gente que pode me questionar se eu não fizer um bom trabalho”.

Natural de Mineiros, em Goiás, Jeslei Teodoro também trabalhava em Portugal e vai ficar em Bela Vista de Goiás. Para ele, a infraestrutura que vai encontrar não será problema. “Nós sabemos a realidade do país que trabalhamos e também a realidade daqui. Essa questão da infraestrutura, os postos de saúde da minha cidade, Mineiros, que tem 80 mil habitantes, estão muito bem equipados, melhor do que muitos postos da Europa”, disse.

Jeslei voltou da Europa com toda a família, depois de 20 anos, e reitera que não há necessidade de haver divergência com os colegas que atuam no Brasil. “Nó percebemos o lado deles. Eles devem ter os seus motivos para estar contra o projeto, mas, com o tempo de atuação nossa, essa concepção deles vai mudar, até porque eu percebi que a população está nos apoiando e a tendência de quando começarmos a atuar vai ser apoiar mais ainda. Então acho que não há motivo para ter essa divergência, somos todos colegas”.

O secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, recebeu os estrangeiros no Rio e disse que o dia de hoje é histórico e deve ser celebrado, pois o país começa a incorporar ao sistema de saúde 1.340 médicos, sendo 244 deles formados no exterior. “Todos eles têm um currículo excelente para exercer a atenção primária, para incorporar com a gente nesse processo, e eu acho que é um dia de saudação, de celebração e de felicidade para o sistema de saúde brasileiro”, disse.

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