Ciência

“Pior dor do mundo”: como é o tratamento para aliviar os sintomas da neuralgia do trigêmeo

Carolina faz uma campanha na internet para conseguir recursos financeiros e se submeter ao suicídio assistido na Suíça

Casada há três anos e mãe de uma menina de 10, ela começou a sentir as dores aos 16 anos (Reprodução Instagram)

Casada há três anos e mãe de uma menina de 10, ela começou a sentir as dores aos 16 anos (Reprodução Instagram)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 10 de julho de 2024 às 07h51.

Veio a público nas últimas horas a história da estudante mineira Carolina Arruda, que tem neuralgia do trigêmeo, tida como a "pior dor do mundo". No momento, ela passa por exames e já recebe doses de medicamentos na Clínica da Dor da Santa Casa de Alfenas, no Sul de Minas. Ela está internada desde segunda-feira (8) para o tratamento, que ainda é por tempo indeterminado. Carolina deve ser internada na UTI nesta quarta para receber a medicação adequada.

Essa etapa inicial pode durar aproximadamente 10 dias, tempo muito importante para entender a evolução da doença. 

Pelos próximos meses, ela terá um processo gradual de tratamento numa clínica especializada em dores crônicas – aquelas que persistem por mais de três meses sem solução.

Como é o tratamento para a "pior dor do mundo'?

Segundo Carlos Marcelo de Barros, diretor clínico da Santa Casa de Alfenas e presidente da Sociedade Brasileira para os Estudos da Dor (SBED), existem algumas possibilidades:

  • Nova intervenção no nervo trigêmeo – seja por balão guiado, que incha e comprime o nervo ou por radiofrequência, que tenta “adormecê-lo”, por exemplo;
  • Implante de bomba intratecal de fármacos – dispositivo que leva a medicação até a medula óssea, chegando direto ao sistema nervoso central;
  • Tratamento por radiocirurgia (Gamma Knife) – atinge áreas cerebrais específicas para tentar aliviar a dor;
  • Implante de neuroestimuladores no nervo trigêmeo – dispositivos que estimulam o nervo e impedem a passagem de dor.

História de Carolina

Casada há três anos e mãe de uma menina de 10, ela começou a sentir as dores aos 16 anos, quando estava grávida e se recuperava de dengue.

diagnóstico da 'pior dor do mundo' foi feito há 7 anos pelo neurocirurgião Marcelo Senna, que tem mais de 30 anos de experiência com a neuralgia do trigêmeo. Carolina já convivia com as dores há quatro anos e já tinha passado por vários médicos.

Após o diagnóstico, Carolina Arruda realizou vários tratamentos com outros médicos e cirurgias, mas não conseguiu alívio que lhe trouxesse qualidade de vida.

Cansada pela dor e o desgaste, Carolina agora faz uma campanha na internet para conseguir recursos financeiros e se submeter ao suicídio assistido na Suíça.

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