Ciência

Pesquisadores americanos desenvolvem o metal mais resistente do mundo

Cem vezes mais durável do que o aço, o novo composto, ainda sem nome, foi conseguido com 90% de platina e 10% de ouro

Grandes economias sofrem desindustrialização maciça (Divulgação/EXAME/Exame)

Grandes economias sofrem desindustrialização maciça (Divulgação/EXAME/Exame)

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EFE

Publicado em 7 de setembro de 2018 às 10h24.

Phoenix (EUA) - Uma equipe de pesquisadores dos Laboratórios Nacionais Sandia, nos Estados Unidos, alega ter desenvolvido o "metal mais resistente ao desgaste no mundo", uma liga de platina e ouro baseada na junção de microestruturas, afirmou um dos cientistas à Agência Efe.

Cem vezes mais durável do que o aço, o novo composto, ainda sem nome, foi conseguido com 90% de platina e 10% de ouro. A inovação está nas proporções, no cálculo dos átomos e no processo de fabricação que os cientistas utilizaram para conseguir a alta resistência.

O pesquisador principal, o uruguaio Nicolás Argibay, afirmou à Efe que a equipe se dedicou durante uma década para desenvolver modelos sofisticados para prever os efeitos do atrito dos metais.

"Foi este trabalho o que nos guiou para a nova liga de metais específica resistente ao desgaste, mas passamos os últimos quatro anos a desenvolvendo", disse.

Usando um exemplo para explicar a conquista, Argibay contou que a liga de metais é tão dura que, se fosse fabricados pneus para automóveis com ela, eles sofreriam um desgaste de uma pequena camada de átomos por cada quilômetro percorrido.

"Nosso trabalho mostra que há formas de adaptar as microestruturas dos metais para dividir uma notável resistência mecânica e ao desgaste. Especificamente, chamamos de 'engenharia de limite de grão", afirmou.

Argibay explicou que esta descoberta pode poupar a indústria da eletrônica mais de US$ 100 milhões por ano somente em materiais, e fazer com que os produtos eletrônicos de todos os tamanhos e em muitas indústrias se tornem mais rentáveis, duráveis e confiáveis.

"Pelo menos, esperamos que estas ligas de metais proporcionem uma melhoria substancial sobre os revestimentos que já são usados amplamente na eletrônica, que essencialmente consistem em ouro quase puro. Nossa liga de metais proporciona uma vida útil muito mais longa", disse.

O pesquisador também explicou que a inovação tem usos potenciais muito amplos: visa transferir a liga de metais de platina e ouro a uma variedade de produtos comerciais a curto prazo.

"Esperamos que este trabalho conduza a outras ligas de metais com propriedades similares para seu uso em aplicações não elétricas. Por exemplo, engrenagens, motores de automóveis", citou.

De acordo com o uruguaio, desde sistemas aeroespaciais e turbinas eólicas até a microeletrônica para telefones celulares e sistemas de radar podem se beneficiar com o novo material, já que foram levadas em conta as limitações atuais de confiabilidade dos componentes microeletrônicos metálicos.

"Este trabalho tem um potencial significativo para o impacto econômico e de engenharia. Esperamos que possa levar a melhorias radicais na confiabilidade e no rendimento para uma ampla gama de dispositivos comerciais, incluindo o desenvolvimento de produtos eletrônicos de consumo de última geração e turbinas eólicas, para nomear alguns", argumentou.

A liga de metais conta com uma excelente estabilidade mecânica e térmica, e quase não apresenta mudanças em sua microestrutura durante períodos muito longos de atrito, por isso foi catalogada como uma "grande descoberta".

Os National Laboratories Sandia são ligados à Administração Nacional de Segurança Nuclear do Departamento de Energia dos Estados Unidos. Eles atuam em pesquisa e desenvolvimento em dissuasão nuclear, segurança global, defesa, tecnologias de energia e competitividade econômica. Suas principais instalações ficam nas cidades de Albuquerque (estado do Novo México) e Livermore (Califórnia).

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