Ciência

OMS corrige avaliação e eleva risco do coronavírus de moderado para alto

Em seu relatório sobre a situação, a Organização afirmou que a avaliação anterior foi um "erro de formulação"

China: na última quinta, a OMS considerou "muito cedo para falar de uma emergência de saúde pública de alcance internacional" (Billy H.C. Kwok/Bloomberg)

China: na última quinta, a OMS considerou "muito cedo para falar de uma emergência de saúde pública de alcance internacional" (Billy H.C. Kwok/Bloomberg)

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AFP

Publicado em 27 de janeiro de 2020 às 15h13.

Última atualização em 27 de janeiro de 2020 às 17h15.

Uma primeira morte causada pela epidemia do novo coronavírus foi registrada em Pequim, em um cenário de crescente ansiedade em todo o mundo, com a multiplicação de medidas de prevenção nas fronteiras, enquanto a OMS corrige sua avaliação e considera "elevada" a ameaça representada pelo vírus internacionalmente.

Em seu relatório sobre a situação, publicado nas primeiras horas desta segunda-feira, a OMS indica que sua "avaliação de risco (...) não mudou desde a última atualização (22 de janeiro): muito alto na China, alto no nível regional e em todo o mundo".

Em relatórios anteriores, a agência especializada das Nações Unidas apontou que o risco global era "moderado".

"Foi um erro de formulação nos relatórios de 23, 24 e 25 de janeiro, e nós o corrigimos", explicou à AFP uma porta-voz da instituição com sede em Genebra.

Na última quinta-feira, a OMS considerou "muito cedo para falar de uma emergência de saúde pública de alcance internacional".

"Ainda não é uma emergência de saúde global, mas pode vir a ser", declarou o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que viajou para a China.

A OMS só utiliza esse termo para epidemias que exigem certa reação global, como a gripe suína H1N1 em 2009, o vírus zika em 2016 e a febre ebola, que atingiu parte da África Ocidental entre 2014 e 2016 e República Democrática do Congo desde 2018.

Da família dos coronavírus, como o SARS, o vírus 2019-nCoV causa sintomas gripais em pessoas que o contraíram e pode levar à síndrome respiratória grave.

Até agora, pelo menos 81 pessoas morreram das mais de 2.700 que foram infectadas na China desde o seu surgimento no final de dezembro.

Desde então, se espalhou pela Ásia, Europa, Estados Unidos e Austrália.

Com o surto de SARS (2002-2003), a OMS criticou Pequim por ter demorado a alertar e tentar esconder a verdadeira extensão da epidemia.

A OMS também foi criticada nos últimos anos. Considerada alarmista por alguns durante a epidemia do vírus H1N1 em 2009, foi acusada, durante a epidemia de ebola na África Ocidental (2014), de não ter calibrado a verdadeira extensão da crise.

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