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Obesidade reduz sensibilidade do paladar, diz estudo

Pesquisadores americanos descobriram que ratos obesos têm 25% menos papilas gustativas que os roedores saudáveis

Paladar: uma papila gustativa tem de 50 a 100 células de três tipos principais (Thinkstock/Thinkstock)
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EFE

Publicado em 20 de março de 2018 às 18h50.

Washington - Pesquisadores americanos descobriram que ratos obesos têm 25% menos papilas gustativas que os roedores saudáveis, conforme um estudo publicado nesta terça-feira na revista especializada "PLOS Biology".

Relatórios prévios sugeriram que o aumento de peso podia reduzir a sensibilidade ao gosto e que este efeito podia ser revertido quando o peso diminuía, mas até agora não estava claro de que maneira este fenômeno acontecia. Uma papila gustativa tem de 50 a 100 células de três tipos principais, cada uma com diferentes funções na detecção dos cinco principais sabores - salgado, doce, amargo, azedo e umami -.

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Para explorar as mudanças nas papilas gustativas na obesidade, os autores alimentaram alguns ratos com uma dieta normal com 14% de gordura e outro com uma dieta que continha 58% de gordura. Como esperado, depois de oito semanas, os ratos que tinham a dieta com mais gordura pesavam mais do que os que receberam a comida normal. Mas surpreendentemente, segundo os biólogos da Universidade Cornell, em Nova York, nos Estados Unidos, os ratos obesos tinham 25% menos de papilas gustativas do que os roedores magros, sem mudanças no tamanho médio ou na distribuição dos três tipos de células.

A renovação das células das papilas gustativas, que acontece a cada dez dias, normalmente surge de uma combinação equilibrada da morte celular programada - um processo conhecido como apoptose - e o surgimento de novas células a partir de células progenitoras especiais. No entanto, os investigadores observaram que a taxa de apoptose aumentou nos ratos obesos, enquanto que o número de células progenitoras do sentido do gosto na língua diminuiu, o que provavelmente explica a queda líquida no número de papilas gustativas.

Os roedores geneticamente resistentes à obesidade não mostraram estes efeitos, inclusive quando alimentados com uma dieta rica em gorduras, o que indica que não se deve ao consumo de gordura em si, mas ao acúmulo de tecido adiposo.

"Estes dados sugerem que a adiposidade total derivada da exposição crônica a uma dieta rica em gorduras se associa a uma resposta inflamatória de baixo grau que causa a interrupção dos mecanismos de equilíbrio da manutenção e da renovação do sentido do gosto", apontou, Robin Dando, um dos principais do estudo.

Segundo os pesquisadores, estes resultados poderiam apontar a novas estratégias terapêuticas para aliviar a disfunção do sabor em pessoas obesas.

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