Ciência

Novo vírus transmitido por carrapato atinge cérebro, diz revista científica

O estudo conclui que o vírus afeta especialmente o sistema nervoso, mas ainda pouco se sabe sobre o patógeno

Foram coletados quase 14.600 carrapatos, separados por localização e espécie (Mary Keim/Photopin)

Foram coletados quase 14.600 carrapatos, separados por localização e espécie (Mary Keim/Photopin)

Publicado em 16 de setembro de 2024 às 13h41.

Um novo vírus que atinge o cérebro e provoca graves sintomas foi encontrado em um chinês picado por um carrapato, segundo pesquisadores do Instituto de Microbiologia e Epidemiologia de Pequim. Um artigo sobre o assunto publicado no New England Journal of Medicine no início do mês.

Batizado de "vírus de zona úmida" ou WELV, ele foi detectado em um paciente de 61 anos, hospitalizado em Jinzhou em junho de 2019 após ter febre, dores de cabeça e vômito. o sintomas apareceram  cinco dias após ele visitar um parque do interior da Mongólia, região tradicionalmente quente e úmida. O homem ainda relatou aos médicos que foi picado por carrapatos durante o passeio.

Antibióticos dados ao idoso não surtiram efeito, o que deu aos médicos pistas de que não se tratava de uma infecção por bactéria. Exames de DNA e RNA  revelaram o culpado: um tipo desconhecido de ortonairovírus.

Após acharem o WELV no primeiro paciente, os pesquisadores decidiram colher exames em todos aqueles que apresentaram febre naquela região - e conseguiram 20 resultados positivos. Três deles também haviam sido infectados com outras doenças causadas por carrapatos.

Aquele que desenvolveu o quadro mais grave acabou em coma devido à infecção, além de fluido acumulado ao redor do cérebro e da medula espinhal. Apesar disso, todos receberam alta entre 4 e 15 dias após a internação

O estudo conclui que o vírus afeta especialmente o sistema nervoso, mas ainda pouco se sabe sobre o patógeno.

Origem

Foram coletados quase 14.600 carrapatos, separados por localização e espécie, que foram analisados no norte da China. Cerca de 2% testaram positivo para a presença do material genético do WELV, de cinco espécies diferentes. O vírus ainda foi encontrado em uma pequena parcela de ovelhas, cavalos e porcos, além de um encontrado na China, Rússia e Mongólia.

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