Ciência

Nova espécie de dinossauro é descoberta no deserto do Saara

Este novo tipo de titanossauro pertence ao grupo dos saurópodes, entre os quais se encontram outros grandes herbívoros de pescoço longo

Dinossauro do Saara: ele tinha um comprimento similar ao de um ônibus médio e o peso de um elefante adulto (Andrew McAfee/Carnegie Museum of Natural History/Reuters)

Dinossauro do Saara: ele tinha um comprimento similar ao de um ônibus médio e o peso de um elefante adulto (Andrew McAfee/Carnegie Museum of Natural History/Reuters)

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EFE

Publicado em 29 de janeiro de 2018 às 20h44.

Cientistas do Egito descobriram no deserto do Saara Oriental o 'Mansourasaurus shahinae', uma nova espécie de dinossauro do período Cretáceo cujos fósseis oferecem nova informação sobre a vida destes animais ao fim de sua existência, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira na revista "Nature".

Este novo tipo de titanossauro pertence ao grupo dos saurópodes, entre os quais se encontram outros grandes herbívoros de pescoço longo como o 'Argentinossauro' e o 'Patagotitan mayorum', ambos encontrados no Cone Sul da América.

O "Mansourasaurus" encontrado no Saara egípcio tem um tamanho menor que esses dois gigantes, com um comprimento similar ao de um ônibus médio e o peso de um elefante adulto, e viveu durante o Cretáceo Tardio, entre 100 e 66 milhões de anos, num período próximo de sua extinção, informaram os responsáveis pela pesquisa, liderada pela Universidade de Mansoura.

Os restos fósseis de dinossauros dessa época, segundo os paleontólogos, são poucos, por isso sua história evolutiva no continente africano era, até agora, um mistério para os cientistas.

"O 'Mansourasaurus' nos ajudará a abordar questões pendentes sobre os registros fósseis da África e sua paleobiologia, quais os animais que viviam ali e com que outras espécies estavam (os dinossauros) aparentados de maneira mais próxima", destacou um dos coautores do estudo, Eric Gorscak.

A vegetação frondosa de algumas partes da África, segundo os especialistas, dificultou o trabalho de busca de restos fósseis, em comparação com a visibilidade de outras áreas como a do deserto de Gobi (Ásia), das Montanhas Rochosas (América do Norte) e da Patagônia (América do Sul).

Nesse sentido, a escassez de fósseis do Cretáceo Tardio nesta região do planeta dificultou os estudos sobre essa época crucial para entender a extinção dos dinossauros, que coincidiu, além disso, com um período de profundas mudanças geológicas e geográficas.

Durante a maior parte dos períodos Triássico e Jurássico, todos os continentes atuais formavam a Pangea, o supercontinente que começou a se dividir em massas de terra separadas pelos oceanos no Cretáceo.

A informação disponível até agora não explica adequadamente que tipo de vínculos tinha a fauna africana durante essa época com outras massas terrestres do hemisfério sul e da Europa, nem como tinham evoluído em relação a seus vizinhos após a separação dos continentes.

Após analisar as características da estrutura óssea do 'Mansourasaurus shahinae', um dos poucos dinossauros do Cretáceo encontrados na África, os especialistas determinaram que este titanossauro tem mais vínculos com os da Europa e da Ásia do que com os da América do Sul e da parte meridional do continente africano.

Isto demonstra, além disso, que, ao final da sua existência como espécie, os "últimos dinossauros da África não estiveram completamente isolados, como se propunha no passado", mas que alguns "ainda mantiveram conexões com a Europa", segundo Gorscak.

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