Ciência

Nasa abrirá Estação Espacial Internacional para turistas no ano que vem

Os turistas pagarão 35 mil dólares por diária

Turistas na Lua: Nasa abrirá estação para visitantes no próximo ano (NASA/Divulgação)

Turistas na Lua: Nasa abrirá estação para visitantes no próximo ano (NASA/Divulgação)

A

AFP

Publicado em 7 de junho de 2019 às 18h47.

A Nasa anunciou nesta sexta-feira (7) que irá autorizar, a partir do ano que vem e mediante pagamento, o uso da Estação Espacial Internacional (ISS) para turistas e empresas. O objetivo da medida é conseguir financiamento.

De acordo com o diretor-adjunto da estação, Robyn Gatens, "a Nasa vai autorizar duas missões curtas de astronautas privados por ano". As missões vão durar até 30 dias, afirmou a agência. Potencialmente, até 12 astronautas privados poderão visitar a estação a cada ano, mas sem fazer saídas espaciais.

"A Nasa abre a Estação Espacial Internacional para oportunidades comerciais", anunciou em Nova York o diretor financeiro da agência espacial americana, Jeff DeWit. A agência indicou que os visitantes poderão ser de qualquer nacionalidade.

Estes "astronautas privados" serão transportados pelas duas companhias que estão desenvolvendo veículos para a Nasa: SpaceX, com a cápsula Crew Dragon, e a Boeing, que constrói a Starliner. Estas empresas vão escolher os turistas e cobrar a viagem, que será a parte mais cara da aventura: cerca de 58 milhões de dólares. Este valor é quase igual ao que a Nasa pagará a ambas as companhias pelo transporte de seus astronautas.

Em teoria, as cápsulas devem estar operativas no fim de 2019, mas isso depende do sucesso de vários testes. Os turistas pagarão à Nasa pela estada em órbita, comida, água e todo o sistema de suporte vital a bordo. "Custará cerca de 35.000 dólares por noite e por astronauta", completou DeWit.

Estes turistas espaciais não serão os primeiros. O empresário americano Dennis Tito esteve na estação em 2001, após pagar cerca de 20 milhões de dólares à Rússia.  Desde então, outros milionários estiveram na estação, como o canadense Guy Laliberté, fundador do Cirque du Soleil, em 2009.

A Nasa lançou um primeiro gráfico de preços nesta sexta, baseada em um relação por quilograma de carga. A ideia da agência é desenvolver uma economia espacial com a esperança de que um dia o setor privado sustente economicamente a ISS, já que os Estados Unidos deveriam parar de financiá-la no fim de 2020.

A agência espacial quer liberar carga financeira para se concentrar na missão Ártemis, com a qual a agência pretende voltar à Lua em 2024, e, sobretudo, em sua ideia de enviar os primeiros humanos a Marte, talvez na próxima década. Mas a rentabilidade das atividades comerciais na órbita da Terra está por ser demonstrada, devido ao custo do transporte, que continua sendo muito alto.

A ISS não é exclusiva da Nasa. O projeto foi iniciado junto com a Rússia em 1998, e outros países participam e também enviam astronautas.

Acompanhe tudo sobre:EspaçoEstados Unidos (EUA)NasaRússia

Mais de Ciência

Cientistas constatam 'tempo negativo' em experimentos quânticos

Missões para a Lua, Marte e Mercúrio: veja destaques na exploração espacial em 2024

Cientistas revelam o mapa mais detalhado já feito do fundo do mar; veja a imagem

Superexplosões solares podem ocorrer a cada século – e a próxima pode ser devastadora