Ciência

Não contaria com vacina contra covid-19 tão cedo, diz pesquisador de HIV

Pesquisador defende o rastreamento das infecções de coronavírus e medidas rígidas de isolamento quando a doença começar se disseminar

Covid-19: vacinas para outros tipos de coronavírus não conseguiram proteger a mucosa do nariz, diz pesquisador (iStock/Getty Images)

Covid-19: vacinas para outros tipos de coronavírus não conseguiram proteger a mucosa do nariz, diz pesquisador (iStock/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 21 de maio de 2020 às 09h24.

Última atualização em 21 de maio de 2020 às 09h29.

Um cientista norte-americano de renome disse na quarta-feira que o governo não deveria esperar que uma vacina bem-sucedida contra a covid-19 seja desenvolvida em breve ao decidir se relaxa ou não as restrições impostas para conter a pandemia de coronavírus.

William Haseltine, pesquisador pioneiro de projetos de câncer, HIV/Aids e genoma humano, disse que a melhor abordagem agora é administrar a doença por meio do rastreamento cuidadoso das infecções e de medidas rígidas de isolamento quando ela começa a se disseminar.

Embora uma vacina contra a covid-19 possa ser desenvolvida, disse ele, "eu não contaria com isso".

Vacinas desenvolvidas anteriormente para outros tipos de coronavírus não conseguiram proteger as membranas mucosas do nariz, por onde o vírus costuma entrar no corpo, disse.

Mesmo sem um tratamento ou uma vacina eficiente, o vírus pode ser controlado pela identificação das infecções ao se encontrar pessoas que foram expostas e isolá-las, explicou. Ele fez um apelo para que as pessoas a usem máscaras, lavem as mãos, limpem superfícies e mantenham a distância.

Ele ainda disse que a China e alguns outros países asiáticos usaram esta estratégia com sucesso, enquanto Estados Unidos e outras nações não fizeram o suficiente para "isolar à força" todos os que foram expostos ao vírus.

China, Coreia do Sul e Taiwan se saíram melhor na contenção das infecções, disse, enquanto EUA, Rússia e Brasil se saíram pior.

Os testes de vacinas experimentais da Covid-19 em animais conseguiram reduzir a carga viral em órgãos como pulmões, mas as infecções permaneceram, detalhou.

Para o tratamento, pacientes vêm recebendo plasma rico em anticorpos doado por pessoas que se recuperaram da Covid-19, e farmacêuticas estão trabalhando para produzir versões refinadas e concentradas deste soro.

Conhecidos como globulina hiperimune, estes produtos estão "onde os primeiros tratamentos verdadeiros estarão", disse Haseltine, prevendo sucesso também na pesquisa de anticorpos monoclonais que detectam e neutralizam a capacidade do vírus de entrar nas células humanas.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusPesquisas científicasVacinas

Mais de Ciência

Dia do Amigo: relação é fundamental para a saúde mental, diz psicóloga

Álcool: quanto você pode beber e ainda assim ficar saudável?

Caverna na Lua poderia abrigar humanos; entenda

Crise climática pode impactar vida sexual dos insetos, diz estudo

Mais na Exame