Ciência

Mulheres correm mais risco de ter problemas persistente após a covid-19

Um dos estudos, que analisou 327 pacientes, descobriu que mulheres de menos de 50 anos têm o dobro da probabilidade de relatar fadiga, sete vezes mais probabilidade de ter falta de ar e também mais probabilidade de ter problemas relacionados à memória, mobilidade e comunicação

"Descobrimos que mulheres mais jovens têm mais probabilidade de sofrer problemas de longo prazo piores", afirmou um dos coordenadores do estudo. (Adriano Machado/Reuters)

"Descobrimos que mulheres mais jovens têm mais probabilidade de sofrer problemas de longo prazo piores", afirmou um dos coordenadores do estudo. (Adriano Machado/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 24 de março de 2021 às 14h27.

Mulheres na casa dos 40 e 50 anos parecem correr mais risco de problemas de longo prazo depois de terem alta de Covid-19, e muitas sofrem durante meses de sintomas persistentes, como fadiga, falta de ar e confusão mental, revelaram dois estudos britânicos nesta quarta-feira.

Um estudo descobriu que, cinco meses depois de deixarem o hospital, pacientes de Covid-19 que também eram de meia idade, brancas, mulheres e tinham outros problemas de saúde, como diabetes, doença pulmonar ou cardíaca, tendiam mais a relatar sintomas de Covid longa.

"Nosso estudo mostra que aqueles que tiveram os sintomas prolongados mais graves tendem a ser mulheres brancas de idades aproximadas de 40 a 60 anos que têm ao menos dois problemas de saúde de longo prazo", disse Chris Brightling, professor de medicina respiratória da Universidade de Leicester que coliderou o estudo conhecido como PHOSP-Covid.

Um segundo estudo conduzido pelo Consórcio Internacional de Infecções Respiratórias Agudas e Emergentes (Isaric) conclui que mulheres de menos de 50 anos têm mais probabilidade de sofrer problemas de saúde de longo prazo piores do que homens e que participantes mais velhos do estudo, mesmo que não tenham problemas de saúde subjacentes.

"Está se tornando cada vez mais claro que a Covid-19 tem consequências profundas para aqueles que sobrevivem à doença", disse Tom Drake, bolsista de pesquisa clínica da Universidade de Edimburgo que coliderou o estudo do Isaric.

"Descobrimos que mulheres mais jovens têm mais probabilidade de sofrer problemas de longo prazo piores."

O estudo do Isaric, que cobriu 327 pacientes, descobriu que mulheres de menos de 50 anos têm o dobro da probabilidade de relatar fadiga, sete vezes mais probabilidade de ter falta de ar e também mais probabilidade de ter problemas relacionados à memória, mobilidade e comunicação.

O estudo PHOSP analisou 1.077 pacientes masculinos e femininos que tiveram alta de hospitais do Reino Unido entre março e novembro de 2020 depois de terem Covid-19.

A maioria dos pacientes relatou diversos sintomas persistentes depois de cinco meses, sendo os mais comuns dor nos músculos e nas juntas, fadiga, fraqueza, falta de ar e confusão mental.

Mais de um quarto deles teve o que os médicos disseram ser "sintomas clinicamente relevantes de ansiedade e depressão" depois de cinco meses, e 12% tiveram sintomas de transtorno de estresse pós-traumático (PTSD).

Acompanhe tudo sobre:MulheresDoençasEstresseDepressãoAnsiedadeCoronavírus

Mais de Ciência

Fósseis na Venezuela revelam detalhe impressionante sobre as anacondas

Albert Einstein estava certo? Como Marte pode comprovar teoria da relatividade

Ameba de fogo acende alerta sobre vida extraterreste

O último enigma de Stephen Hawking: o que existe além do universo?