Coronavírus: máscara da USP entra em fase final de testes (KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)
Tamires Vitorio
Publicado em 4 de dezembro de 2020 às 09h57.
Última atualização em 4 de dezembro de 2020 às 09h58.
Uma máscara inteligente capaz de fazer o atendimento de pacientes com quadros iniciais do novo coronavírus em unidades básicas de saúde e pronto-socorros acaba de entrar na última fase de testes clínicos necessários para a sua aprovação no Brasil. Desenvolvido pela Universidade de São Paulo (USP), a máscara de baixo custo é desenvolvida com base na moldagem e na impressão 3D.
Segundo a Escola Politécnica (Poli), o dispositivo permite a inalação controlada do paciente, além de dar a possibilidade de que sejam controladas também a temperatura e a filtragem do fluxo de ar expirado, ou seja, a máscara consegue impedir a propagação do vírus da covid-19, por conseguir prevenir o espalhamento de gotículas e secreções infectadas, além de, é claro, proteger o usuário.
Em nota publicada em seu site oficial, a Poli afirma que a máscara inteligente pode ser conectada a dois dispensadores individuais de soro fisiológico e medicamentos, e também a um concentrador de oxigênio portátil. O objetivo disso, segundo os pesquisadores, é fazer com que o fluxo para o nebulizador seja controlado por uma válvula mecânica elétrica. O paciente pode carregar os objetos em uma cinta que fica presa na altura do quadril.
Com a ajuda da máscara, o usuário consegue gerenciar os sistemas de ventilação, nebulização, fluxo de soro e medicamentos administrados. A máscara também tem um sistema de medidor de oxigenação integrado.
O grupo desenvolvedor é composto por alunos e docentes da Poli, com a coordenação do professor Sebastião Gomes dos Santos Filho e do pesquisador Eliphas Wagner Simões, e conta com o suporte técnico do HU/FM da USP, com a coordenação do professor Francisco Garcia Soriano.
Segundo a universidade, a pesquisa conta com a análise de pelo menos dez estruturas e várias configurações de máscara para as análises preliminares adequadas para os futuros testes em campo com humanos, que serão realizados atendendo a rígidos critérios de execução conforme normas do Comitê de Ética da Faculdade de Medicina da USP.
Os testes serão realizados em pacientes em ambiente domiciliar, recuperação anestésica e também em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), em quadros que não precisaram do ventilador respiratório.
Em média, a máscara demora de um a dois dias para ficar pronta.