Ciência

Laboratório americano Eli Lilly anuncia redução do preço da insulina em 70%

A empresa disse que reduzirá o preço de sua insulina genérica para US$ 25 o frasco (em torno de R$ 130) a partir de 1º de maio

Insulina: demanda pelo médico cresceu nos últimos ano (John Moore/Getty Images)

Insulina: demanda pelo médico cresceu nos últimos ano (John Moore/Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 1 de março de 2023 às 14h08.

A gigante farmacêutica americana Eli Lilly anunciou, nesta quarta-feira, 1º, uma redução de 70% no preço de "sua insulina mais receitada", da qual milhões de pessoas com diabetes dependem para viver.

"A Lilly está tomando essas medidas para facilitar o acesso à insulina e ajudar os americanos que podem ter dificuldades para lidar com um sistema de saúde complexo, que pode impedi-los de obter insulina a um preço acessível", afirmou, em um comunicado, o grupo com sede em Indianápolis, no centro dos Estados Unidos.

O anúncio se dá em meio a uma tendência de aumento no custo da insulina nos últimos anos, em paralelo a uma alta significativa da demanda.

A empresa disse que reduzirá o preço de sua insulina genérica para US$ 25 o frasco (em torno de R$ 130) a partir de 1º de maio.

A partir do quarto trimestre deste ano, a farmacêutica também reduzirá em 70% o preço do Humalog, sua insulina mais prescrita, assim como do Humulin.

"Embora o sistema de saúde atual dê acesso à insulina para a maioria das pessoas com diabetes, ainda não fornece insulina acessível para todos, e isso precisa mudar", disse o CEO da Lilly, David Ricks.

A empresa também informou nesta quarta-feira que limitaria automaticamente os custos em certas farmácias de varejo a US$ 35 (cerca de R$182) para pessoas com seguro comercial que usam a insulina da Lilly.

O presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, referiu-se à decisão da Eli Lilly nesta quarta-feira como uma "ótima notícia" e disse em sua conta no Twitter que era hora de outros laboratórios fazerem o mesmo.

"Hoje, a Eli Lilly está atendendo ao meu apelo. Outros devem fazer o mesmo", afirmou.

O diabetes é uma das doenças crônicas que mais crescem em todo o mundo, de acordo com um estudo de 2022.

Preços altíssimos

Os preços da insulina dispararam nos Estados Unidos nas últimas décadas, custando oito vezes mais do que em 32 países de alta renda comparáveis, de acordo com um estudo de 2020 da Rand Corporation.

O presidente americano, Joe Biden, fala sobre a nomeação de Julie Su como secretária do Trabalho na sala leste da Casa Branca, em Washington, 1º de março de 2023

Mas o custo de produção da insulina é relativamente baixo em comparação com o preço de venda.

Uma pesquisa da organização sem fins lucrativos T1International também mostrou que um em cada quatro entrevistados que vivem com diabetes relatou que racionou sua insulina devido à pressão financeira.

Em seu discurso sobre o Estado da União ao Congresso no mês passado, o presidente Biden afirmou: "Big Pharma cobra centenas de dólares injustamente das pessoas e obtém lucros recordes. Não mais".

"Big Pharma" refere-se ao complexo das maiores indústrias farmacêuticas.

Enquanto os idosos inscritos no Medicare têm um limite para o custo da insulina, milhões de americanos que não estão nesse programa federal de seguro de saúde para idosos precisam de insulina para salvar suas vidas, acrescentou.

"Vamos terminar o trabalho desta vez. Vamos limitar o custo da insulina em US$ 35 (R$ 182) por mês para cada americano que precisar", disse Biden.

O diabetes é dividido em dois tipos. Estima-se que nove milhões de pessoas tenham diabetes tipo 1, uma condição crônica na qual o pâncreas não produz insulina suficiente, o hormônio que regula os níveis de açúcar no sangue.

A maioria das pessoas afetadas pelo diabetes tem o tipo 2, que está associado à obesidade e a outros fatores do estilo de vida e ocorre em adultos e cada vez mais entre as crianças.

Todos os diabéticos do tipo 1 precisam de insulina para sobreviver, e o acesso ao medicamento geralmente é garantido.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 63 milhões de pessoas têm diabetes do tipo 2 e também precisam do hormônio, mas apenas cerca de metade consegue ter acesso a ele.

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