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Impacto de meteorito em Marte é ouvido ao vivo pela Nasa

A imagem mostra blocos de gelo que foram projetados na superfície e uma cratera de cerca de 150 metros de diâmetro e 20 metros de profundidade, a maior já observada desde 2006

Marte: as informações coletadas devem permitir refinar o conhecimento sobre o interior do planeta e a história da sua formação. (Getty/Getty Images)
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AFP

Publicado em 28 de outubro de 2022 às 10h09.

Os cientistas da Nasa que estudam Marte tiveram uma grata surpresa ao perceberem o impacto de um meteorito sobre o Planeta Vermelho.

O fenômeno foi registrado em 24 de dezembro de 2021, quando o impacto causou solavancos de magnitude 4 na superfície marciana, detectados graças à sonda Insight e a seu sismômetro, que pousou em Marte há quase quatro anos, a cerca de 3.500 km do local do impacto.

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A origem desse tremor marciano só foi confirmada quando a sonda chamada Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), em órbita ao redor do planeta, captou imagens da cratera recém-formada, menos de 24 horas depois.

A imagem mostra blocos de gelo que foram projetados na superfície e uma cratera de cerca de 150 metros de diâmetro e 20 metros de profundidade, a maior já observada desde o início das operações da MRO, há 16 anos.

Embora os impactos de meteoritos não sejam raros em Marte, "nunca teríamos pensado em presenciar algo tão grande", disse nesta quinta-feira em entrevista coletiva Ingrid Daubar, da equipe de missões da sonda Insight e da MRO.

Os pesquisadores estimam que o meteorito devia ter 12 metros, com o que na Terra teria se desintegrado na atmosfera. “É simplesmente o maior impacto de meteorito na superfície já ouvido desde que a ciência conta com sismógrafos ou sismômetros", explicou à AFP o professor de planetologia Philippe Lognonné, que participou de dois estudos resultantes dessas observações publicados nesta quinta-feira na revista "Science".

Imagem da cratera de cerca de 150 m que se formou após o impacto de um meteorito em Marte. (AFP/AFP)

A Nasa também divulgou uma gravação de áudio do sismo, obtida por meio da aceleração das vibrações captadas pelo sismógrafo para torná-las audíveis.

A presença de gelo, em particular, foi descrita como surpreendente por Ingrid Daubar. "É o ponto mais quente de Marte, o mais próximo do Equador onde já foi visto gelo". Também é de interesse científico para o estudo do clima marciano, uma vez que a presença de gelo nessa latitude poderia ser muito útil para futuros exploradores, explicou Lori Glaze, diretora de ciências planetárias da Nasa.

As informações coletadas devem permitir refinar o conhecimento sobre o interior de Marte e a história da sua formação.

A sonda Insight detectou no total mais de 1.300 tremores em Marte, alguns deles causados por meteoritos menores, e os dados coletados serão usados por cientistas de todo o mundo por muitos anos.

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