Vacina: mundo busca solução para pandemia de covid-19 (Acácio Pinheiro/Agência Brasília/Agência Brasil)
Lucas Agrela
Publicado em 28 de julho de 2020 às 21h41.
Última atualização em 29 de julho de 2020 às 09h41.
A Rússia pode ter criado uma vacina contra o novo coronavírus que está em fase avançada de testes. A vacina teria vindo do Instituto Gameleya e autoridades de saúde russas informaram que o país almeja produzir 200 milhões de doses até o fim do ano.
Os pesquisadores teriam testado as vacinas neles mesmos para avaliar a efetividade do projeto para desenvolver uma resposta imune no organismo humano. A agência Reuters informa que os testes da fase três da vacina russa começarão em agosto.
A CNN, por sua vez, apurou que as vacinas podem estar disponíveis já em 10 de agosto para profissionais de saúde, mas sem grandes detalhes. Especialistas em saúde pública seguem prevendo as vacinas para meados de 2021.
Não está claro qual é o grau de proteção imunológica que a vacina do Instituto Gameleya seria capaz de criar. Para proteger a humanidade dos efeitos prejudiciais da infecção pelo vírus, ela precisa não apenas gerar uma leve resposta imune, mas produzi-la de tal forma que minimize ou neutralize os sintomas, como febre e dificuldade para respirar -- que leva a internações e até à morte, em casos graves.
A vacina russa é baseada no adenovírus humano fundido com a espícula de proteína em formato de coroa que dá nome ao coronavírus. É por meio dessa espícula de proteína que o vírus se prende às células humanas e injeta seu material genético para se replicar até causar a apoptose, a morte celular, e, então, partir para a próxima vítima.
Os Estados Unidos contam com projetos em fase avançada de testes, como o da Moderna e o da Pfizer, que estão na fase 3, que envolve testes em humanos. Esses projetos já tiveram a segurança e a existência de resposta imune comprovadas.
O projeto da vacina russa não parece ter passado pelas mesmas etapas que os americanos, apesar de também estar em fase final de avaliação.
De acordo com a Bloomberg, o instituto russo não publicou os resultados do estudo de sua vacina, que envolveu cerca de 40 pessoas, e mesmo assim iniciou a próxima etapa de avalição do projeto.
O Reino Unido também está na corrida pela vacina com um projeto da Universidade de Oxford junto com a farmaceutica AstraZeneca.
O desafio de desenvolver uma vacina contra a covid-19 em um ano ou menos é grande. Em média, uma vacina leva 10,7 anos para ser criada, testada, produzida e distribuída.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, existem quatro projetos de vacina contra o novo coronavírus em fase final de testes.