Ciência

Geólogos encontram novas pistas sobre maior extinção mundial

Segundo pesquisas, o calor gerado por rochas incandescentes teria sido responsável pela extinção de mais de 95% das espécies marinhas e 70% das terrestres

Extinção: a formação de rochas incandescentes gerou uma série de eventos que desembocaram no encerramento do Permiano (NASA/Reuters)

Extinção: a formação de rochas incandescentes gerou uma série de eventos que desembocaram no encerramento do Permiano (NASA/Reuters)

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EFE

Publicado em 31 de julho de 2017 às 14h47.

Londres - O calor desprendido de rochas incandescentes pode ser uma possível causa para a maior extinção mundial, há quase 252 milhões de anos, conforme um estudo divulgado nesta segunda-feira na revista "Nature".

O trabalho foi liderado por James Muirhead, pesquisador associado do Departamento de Ciências da Universidade de Artes e Ciências da Universidade de Syracuse, junto com o geólogo Seth Burgess e o professor de Geologia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts Samuel Bowring, todos nos Estados Unidos.

De acordo com as pesquisas, a formação de rochas incandescentes gerou uma série de eventos que desembocaram no encerramento do Permiano, pertencente à Era Paleozóica. Nesse processo, mais de 95% das espécies marinhas e 70% das terrestres foram extintas.

"Foram cinco grandes extinções desde que a vida na Terra se originou, há mais de 600 milhões de anos. A maior parte desses eventos foi atribuída a erupções vulcânicas e impactos de asteroides. Ao voltar a examinar os tempos e as conexões entre o magmatismo - movimento de lava -, a mudança climática e a extinção, criamos um modelo que explica o que desencadeou a extinção em massa do final do período Permiano", afirmou Burgess.

No centro da pesquisa estão os chamados Trapps siberianos, que formam uma grande região de rocha vulcânica, conhecida como Grande Região Ígnea, na Sibéria. Esta região foi o centro de quase 1 milhão de anos de atividade vulcânica, segundo o estudo, que espalharam volumes significativos de lava, cinzas e gás, ao mesmo tempo em que empurraram sulfureto, dióxido de carbono e metano até atingir níveis perigosos para o meio ambiente.

Segundo Muirhead, a investigação sugere que "os fluxos de lava da superfície aconteceram muito rápido para provocar uma extinção em massa" e acrescenta que "em vez disso, houve um subintervalo de magmatismo que desencadeou a cachoeira de eventos que ocasionaram a extinção em massa".

"O calor desprendido das rochas incandescentes expulso de sedimentos ricos em gás, que entraram em contato com o metamorfismo, liberaram enormes quantidades de gases causadores do efeito estufa necessárias para provocar a extinção", disse Muirhead.

Segundo o investigador, seu modelo de estudo "vincula o começo da extinção com o pulso inicial do local das rochas incandescentes" e representa "um momento crítico na evolução da vida na Terra ".

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