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Genética influencia preferência por café ou chá, aponta estudo

De acordo com o estudo, pessoas geneticamente predispostas a preferir gostos amargos, em geral escolhem café por seu maior teor de amargor

Cafés: Nestlé aposta em consumo de marcas premium (Pixabay/Reprodução)
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AFP

Publicado em 16 de novembro de 2018 às 14h13.

Paris - Chá ou café ? O gosto parece estar determinado parcialmente pela genética, como aponta um estudo feito com britânicos e publicado no periódico "Scientific Reports", ligado ao grupo Nature.

De acordo com o estudo, pessoas geneticamente predispostas a preferir gostos amargos, em geral escolhem café por seu maior teor de amargor.

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Com a evolução humana, desenvolvemos a capacidade de detectar o amargor como um sistema natural de alerta para proteger o corpo de substâncias danosas.

Em termos evolutivos, portanto, deveríamos querer rejeitar um café mais amargo.

Participantes do estudo geneticamente mais sensíveis ao gosto amargo eram, porém, mais propensos a preferir café a chá.

"Seria esperado que pessoas que são particularmente sensíveis ao gosto amargo da cafeína beberiam menos café", ressaltou a professora de Medicina Preventiva Marilyn Cornelis, também coautora do estudo.

"Os resultados contrários do nosso estudo sugerem que consumidores de café adquirem um paladar, ou uma habilidade, para detectar cafeína, devido ao aprendizado do reforço positivo provocado pela cafeína", disse ela.

"Isso sugere que os consumidores de café desenvolvem um gosto, ou uma capacidade maior para detectar a cafeína", afirmou Marilyn.

Então, completou a pesquisadora, indivíduos geneticamente pré-programados para gostar do amargor do café aprendem a associar "coisas boas com isso".

Liang-Dar Hwang, do Diamantina Institute, da Universidade de Queensland, coautor do estudo, disse à AFP que o fato de algumas pessoas preferirem café mostra como as experiências do dia a dia podem superar tendências genéticas, quando se trata de paladar.

A percepção dos gostos também está influenciada por nossos comportamentos.

Pessoas mais sensíveis aos sabores amargos da quinina e a um paladar relacionado aos componentes dos vegetais são mais propensos a evitar o café em favor de seu contraparte mais doce, o chá.

"Mesmo que, de forma natural, os humanos não apreciem o amargor, podemos aprender a gostar, ou a apreciar, os alimentos amargos, depois de expostos a fatores ambientais", afirmou o pesquisador.

Os bebedores de café são, geralmente, menos sensíveis do que os bebedores de chá ao amargor, o que os torna menos propensos a rejeitar outras comidas também amargas, como as verduras, completou Hwang.

Baseado nos dados genéticos de cerca de 438.000 participantes britânicos, o estudo por enquanto "não é generalizável para outros países e culturas", advertem os autores.

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