Alunos em Olimpíada de Matemática: meninos superaram as meninas na disciplina no Pisa 2012 com 18 pontos de diferença. Mas as garotas tiveram vantagem de 31 pontos em leitura (Divulgação/Ministério da Ciência e Tecnologia)
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2013 às 07h00.
São Paulo - Enquanto os meninos brasileiros são melhores em matemática, as meninas são melhores com as palavras - já em ciência, todo mundo é igual. É o que apontam os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) 2012, divulgados nesta terça-feira pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Na avaliação de matemática, os meninos - que fazem a prova quando têm 15 anos - fizeram, em média, 18 pontos a mais que as garotas. Segundo a OCDE, essa diferença, que se mantém estável desde 2003, é maior que a média dos outros países avaliados.
De forma geral, a nota dos estudantes brasileiros em matemática é de 391 pontos - abaixo de Chile, México, Uruguai, Costa Rica e também da média da OCDE.
Por outro lado, em leitura, é a vez das meninas tirarem as melhores notas. A vantagem delas é ainda maior: são, em média, 31 pontos a mais que eles. A diferença vem aumentando desde 2000 (17 pontos), mas permanece abaixo da diferença entre meninos e meninas observada nos países da OCDE, que é de 38 pontos em média.
Segundo a OCDE, o aumento da vantagem feminina se explica pela estagnação da proporção de meninos de baixo desempenho que se manteve estável nos últimos 10 anos e em 2012 chegou a 57,2%. Já a parcela de meninas com baixo desempenho em leitura caiu mais de 10 pontos percentuais no mesmo período e hoje elas representam 41,9% do total.
Ciência
Já em ciência, o nível de conhecimento de meninos e meninas é parecido e vem melhorando desde 2006, principalmente entre os estudantes de baixo desempenho. Comparando com os outros países, no entanto, os brasileiros ainda ficam muito atrás.
A média dos estudantes brasileiros em ciência é de 405 pontos, abaixo da média dos países da OCDE. Pior, 61% deste estudantes são considerados de baixo desempenho. Isto é, na melhor das hipóteses, eles são capazes de apresentar explicações científicas óbvias e decorrentes de dados explícitos. Apenas 0,3% dos brasileiros são considerados de alto desempenho em ciência.