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Exame de sangue consegue identificar 324 genes relacionados ao câncer

Nova biópsia líquida é considerada um avanço importante no campo da medicina personalizada. Entenda de que forma ela funciona

Biópsia líquida: amostra de sangue fornece ao médico informações necessárias para tratamento personalizado (Michael Melchiorre/Getty Images)
GS

Gabriella Sandoval

Publicado em 29 de setembro de 2020 às 18h54.

Última atualização em 29 de setembro de 2020 às 19h24.

Acaba de chegar ao Brasil uma biópsia líquida capaz de identificar 324 genes relacionados a tumores sólidos com uma simples coleta de sangue, que pode ser feita em casa ou no laboratório. Recém-aprovado pela FDA (agência reguladora americana), o FoundationOne® Liquid CDx foi desenvolvido pela Roche Foundation Medicine e possibilita a análise e o mapeamento das características moleculares do tumor, auxiliando o médico na definição do melhor caminho clínico, sem que o paciente tenha de ser submetido a biópsias de tecido adicionais.

“Muitas vezes o material colhido na primeira biópsia tradicional para saber se o paciente tem ou não um tumor maligno é insuficiente para uma análise detalhada”, explica o oncologista William William, diretor médico de oncologia e hematologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Com a biópsia líquida, segundo ele, não é mais necessário retirar um pedaço do tumor e submetê-lo à análise em laboratório. “Basta identificar o material genético liberado pelo tumor na corrente sanguínea para ter em mãos as melhores diretrizes de tratamento.”

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O avanço corresponde a uma nova ferramenta da medicina personalizada que leva em conta características moleculares do tumor, independentemente de sua localização no corpo, e do paciente para que ele seja tratado de maneira individualizada com a terapia mais adequada.

Por meio da biópsia líquida, o médico não só tem em mãos um relatório com as alterações e mutações do tumor como também tem acesso a uma lista das terapias que mostram benefício cientificamente comprovado em determinada alteração, aumentando a chance de um tratamento bem-sucedido. Isso é possível graças ao banco de dados, que conta com resultados de mais de 400.000 pacientes, juntamente com uma potente plataforma analítica.

Essa quantidade e profundidade de informações permitem que seja elaborado um relatório claro e detalhado, oferecendo à equipe médica insumos para decidir a melhor opção terapêutica em toda a jornada do paciente. “A biópsia líquida não serve para dizer se o paciente tem ou não câncer, mas, sim, para mostrar qual será a opção terapêutica mais assertiva”, explica William. “É um grande avanço.”

-(Arte/Exame)

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