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Europa não consegue financiar programa para desviar asteroides

Segundo a coordenadora de política espacial do governo alemão, "infelizmente não conseguimos dinheiro suficiente para o AIM"

Asteroides: este seria um dos programas mais "curiosos" da ESA (HO/AFP)
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EFE

Publicado em 2 de dezembro de 2016 às 13h08.

Última atualização em 2 de dezembro de 2016 às 14h46.

Lucerna - Os países-membros da Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês) não conseguiram reunir nesta sexta-feira o dinheiro necessário para financiar o desenvolvimento do programa europeu AIM, que fazia parte de um projeto conjunto com a Nasa e cujo objetivo era estudar a possibilidade de desviar de sua trajetória asteroides perigosos para a Terra.

"Infelizmente não conseguimos dinheiro suficiente para o AIM", disse aos veículos de imprensa a secretária de Estado do Ministério de Economia e Energia da Alemanha e coordenadora de política espacial do governo alemão, Brigitte Zypries.

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A secretária de Estado explicou que no conselho ministerial que se reuniu durante dois dias em Lucerna, na Suíça, para negociar um orçamento de 11 bilhões de euros (US$ 11,67 bilhões) para diferentes projetos, estavam em jogo 100 milhões de euros (US$ 106 milhões) para levar em frente o AIM, que, mais adiante, necessitaria de mais financiamento para sua continuidade.

Este seria um dos programas mais "curiosos" da ESA, segundo Zypries, pois abriria a possibilidade para evitar que asteroides perigosos pudessem atingir a Terra.

"Gostaríamos de ter conseguido os recursos" necessários, admitiu a secretária de Estado alemã, que acrescentou que este foi o aspecto "mais complicado" da negociação orçamentária do conselho ministerial da ESA.

No entanto, o diretor-geral da ESA, Jan Wörner, afirmou que o programa não está morto, pois, mesmo não tendo conseguido reunir todos os recursos necessários no conselho ministerial, há dinheiro disponível para definir uma nova missão.

"Ficou claro que para muitos países-membros é muito importante continuar com a atividade dos asteroides, não mais sob a missão original do AIM, e que há um pedido claro para que haja em breve um grupo de trabalho", indicou Wörner.

Além disso, o diretor-geral da ESA disse que se reunirá na próxima semana com a atual administração da Nasa. "Veremos como podemos continuar e o que podemos fazer", disse.

O projeto previa que a agência europeia se encarregaria da parte de observação AIDA, enquanto a Nasa, com sua missão DART, impactaria com uma nave em um asteroide em 2022.

O AIM seria lançado em 2020 para que chegasse, dois anos depois, a Didymos, um sistema binário de asteroides.

Lá, posicionaria três pequenos satélites: um no asteroide menor e os outros dois, junto à sonda matriz, que orbitariam ao seu redor.

A nave da Nasa teria que impactar sobre o menor asteroide dos dois que formam Didymos, enquanto o AIM estudaria os dois corpos e os efeitos do impacto.

O financiamento da missão europeia dependia da decisão dos ministros europeus dos 22 Estados-membros da ESA.

Cientistas de vários países assinaram uma carta em apoio ao AIM antes da reunião ministerial da ESA.

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