A empresa espacial de Elon Musk vem sendo investigada por possível violação das diretrizes da FAA (Todd Anderson/The New York Times)
Laura Pancini
Publicado em 1 de fevereiro de 2021 às 11h09.
Última atualização em 3 de fevereiro de 2021 às 13h51.
O presidente executivo da SpaceX, Elon Musk, está lidando com mais um desafio em sua missão para chegar em Marte. Agora, a briga é com a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês), que vem adiando os lançamentos de protótipos da companhia.
Em dezembro de 2020, um protótipo do Starship NS8, novo foguete de Musk, explodiu enquanto tentava pousar durante um teste em Boca Chica, Texas. O foguete destruído no acidente era um protótipo de 16 andares, feito para a aeronave de carga pesada que está sendo desenvolvido pela empresa espacial.
Para o bilionário, o teste foi um sucesso. Musk chegou a tuitar em sua conta no Twitter "Marte, lá vamos nós!", mas a reação da FAA não foi parecida — a agência norte-americana abriu uma investigação sobre o voo de teste da SpaceX.
O motivo para a investigação, de acordo com o The Verge, é uma violação das diretrizes da FAA cometida pela empresa espacial.
O atrito entre a FAA e Musk só aumentou quando, na última quinta-feira (28), a agência adiou o lançamento do protótipo SN9, previsto para aquele dia. O foguete de 16 andares estava pronto para voar, mas fontes afirmam que os funcionários da agência ainda estavam revisando a licença para realizar o teste devido a diversas mudanças feitas pela própria SpaceX.
Mesmo assim, não demorou para que o presidente executivo publicasse mais um tuíte chamativo, alegando que "a divisão espacial da FAA tem uma estrutura regulatória fundamentalmente quebrada. Suas regras são destinadas a um punhado de lançamentos dispensáveis por ano de algumas instalações do governo. Sob essas regras, a humanidade nunca chegará a Marte".
Já o porta-voz da FAA, Steve Kulm, afirmou que "continuará a trabalhar com a SpaceX para avaliar informações adicionais fornecidas pela empresa como parte da sua aplicação para modificar sua licença de lançamento", mas deixou claro que não agirá totalmente a favor de Musk. "Embora reconheçamos a importância de agir rapidamente para promover o crescimento e a inovação no espaço comercial, a FAA não comprometerá sua responsabilidade de proteger a segurança pública", afirmou.