Terra: fim da rotação causaria estragos imediatos e a longo prazo (Freepik)
Redação Exame
Publicado em 11 de dezembro de 2025 às 11h40.
Imagine por um momento: a Terra, nosso planeta, simplesmente para de girar. Embora esse cenário seja pura ficção científica, ele desperta um interesse profundo entre cientistas, pois oferece insights valiosos sobre a importância vital da rotação terrestre para nossa sobrevivência.
Embora tal evento seja praticamente impossível no universo real, a hipótese de uma Terra imóvel revela um cenário apocalíptico com consequências devastadoras para a vida como conhecemos.
A falta de rotação afetaria diretamente os padrões climáticos, a gravidade, a duração do dia e até mesmo a atmosfera, gerando extremos de calor e frio e alterando profundamente o ecossistema global. Esse exercício teórico, embora distante da realidade, nos ajuda a compreender melhor o papel fundamental que a rotação da Terra desempenha em nosso equilíbrio natural.
A Terra gira em torno de seu eixo a cerca de 1.674 quilômetros por hora na linha do Equador. Se, de repente, esse giro cessasse, tudo que não estivesse firmemente preso ao solo continuaria se movendo nessa velocidade, devido à inércia — princípio físico segundo o qual um corpo em movimento tende a permanecer em movimento.
O resultado seria devastador: objetos, pessoas, construções, árvores e até grandes massas de terra seriam arremessados pelo ar, causando destruição em massa. O ar da atmosfera e a água dos oceanos continuariam em movimento, gerando ventos violentos e tsunamis gigantes jamais registrados na história.
A crosta terrestre poderia sofrer rachaduras e deslocamentos tectônicos, provocando terremotos e erupções vulcânicas intensas enquanto a Terra tenta “reacomodar” sua massa.
Um dos efeitos mais impactantes seria o fim do ciclo de 24 horas que conhecemos. Sem a rotação um “dia” passaria a durar cerca de seis meses, pois a Terra ainda orbitaria o Sol, mas sem girar sobre si mesma.
Metade do planeta ficaria exposta ao sol incessantemente, transformando-se em um deserto. A outra metade permaneceria em escuridão permanente, em temperaturas extremamente baixas. Esse desequilíbrio de luz e calor causaria mudanças climáticas drásticas, com extremos térmicos incapazes de sustentar os ecossistemas atuais e ciclos naturais de chuva e vento completamente alterados.
A vida como conhecemos depende de ritmos naturais — luz e sombra, calor e frio, vento e chuva. Sem rotação, a agricultura seria inviável, pois plantas e animais não estariam adaptados a longos períodos sem alternância de dia e noite.
Correntes oceânicas e padrões meteorológicos entrariam em colapso, tornando a sobrevivência humana e animal extremamente difícil. Satélites em órbita geoestacionária também deixariam de funcionar, afetando comunicação e monitoramento meteorológico.
Em muitos modelos científicos, apenas seres que habitam ambientes extremos teriam alguma chance de sobreviver em um mundo tão hostil.
Embora esse cenário seja hipotético, analisá-lo ajuda a compreender melhor o equilíbrio dinâmico que torna nosso planeta habitável e como a rotação terrestre influencia tudo, desde o clima até o ciclo do dia e da noite. E, acima de tudo, nos lembra que a Terra é um sistema delicado, onde cada componente está interligado.