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Doença mortal já afetava humanos muito antes do que imaginávamos

Pesquisa mostra que varíola pode estar circulando em nosso planeta desde a época dos vikings

(Callista Images/Getty Images)

Tamires Vitorio

Publicado em 25 de julho de 2020 às 13h37.

Última atualização em 25 de julho de 2020 às 14h23.

300 milhões de pessoas mortas. Foi esse o resultado da varíola no século passado ao redor do mundo. O último caso foi em 1977. Em 1980, a doença estava erradicada. Mas quando, exatamente, ela surgiu? O DNA pode ter uma resposta para essa questão.

Pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, apontam que o vírus já circulava na Terra antes do que era previamente imaginado e já estava por aqui por pelo menos 1.700 anos antes do século XVIII. Em entrevista à prestigiada revista científica Nature, o geneticista Martin Sikora afirmou que "a pesquisa mostra que mil anos antes, durante a era viking, a varíola já era espalhada na Europa".

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A descoberta foi feita sem querer. Os pesquisadores estavam procurando restos humanos antigos para identificar patógenos conhecidos, até que, após coletar o DNA de 1.867 indíviduos que moravam na Eurásia e nas Américas entre 32 mil e 150 anos atrás, eles encontraram sinais da varíola moderna em 26 deles.

A evidência mostra que os vikings, entretanto, carregavam uma linhagem diferente da varíola que assolou o mundo no século XX, mas outros estudos ainda são necessários para entender melhor como exatamente ela funcionava e como foi capaz de afetar a humanidade como um todo por anos a frente.

Outras doenças também passaram por descobertas semelhantes nos últimos anos, como é o caso da praga e da hepatite B, também associadas a migrações pré-históricas.

A primeira vacina

A vacina contra a varíola é tida como a primeira vacina do mundo. Em 1.700 a doença fazia cerca de 400 mil vítimas nos países europeus. 96 anos depois, Edward Jenner coletou o pus das feridas de alguns dos infectados. Semanas depois, injetou o líquido em um outro garoto que estava doente. Sem querer (ou saber), Jenner foi capaz de desenvolver uma proteção que mais tarde ajudaria a erradicar a doença.

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