Divorciados têm mais chances de ter demência, diz estudo
Pesquisa com mais de 15 mil idosos nos EUA indica que divorciados apresentaram mais índices da doença do que casados
Maria Eduarda Cury
Publicado em 4 de setembro de 2019 às 11h50.
Última atualização em 4 de setembro de 2019 às 11h55.
São Paulo - Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Estado de Michigan, nos Estados Unidos , apontou que a demência, doença crônica que afeta pessoas de diversas idades, pode estar relacionada ao estado civil dos indivíduos.
Publicada na revista The Journals of Gerontology, a pesquisa informou que pessoas que se divorciaram apresentam cerca de duas vezes mais chances de desenvolverem algum tipo de demência do que os que permaneceram casados. Hui Liu, professor de sociologia da Universidade e um dos autores do estudo, disse que o número de idosos que se separam no país está aumentando e, com isso, os índices da doença também.
Para realizar o estudo, Liu e sua equipe recolheram dados do levantamento nacional denominado Health and Retirement Study, de 2000 até 2014. O levantamento media, a cada dois anos, as funções cognitivas de mais de 15 mil indivíduos acima dos 52 anos. As habilidades de memória, atenção, fala e outras eram avaliadas pessoalmente ou via chamada de voz.
Para facilitar, a equipe de Michigan dividiu os indivíduos que não eram casados em quatro categorias: divorciados, viúvos, nunca casaram ou apenas moram juntos. Com isso, perceberam que a taxa de indivíduos com a doença era maior na categoria dos divorciados.
Os pesquisadores também descobriram que os diferentes recursos econômicos respondem, em parte, pelo maior risco de demência entre os entrevistados das categorias divorciados, viúvos e nunca casados, mas não poderiam ser responsáveis pelo maior risco nos que moram juntos. Além disso, fatores relacionados à saúde, como comportamentos e condições crônicas, influenciaram o risco entre os divorciados e os casados, mas não pareciam afetar outros estados conjugais.
"Essas descobertas serão úteis para formuladores de políticas de saúde e profissionais que buscam identificar melhor as populações vulneráveis e planejar estratégias eficazes de intervenção para reduzir o risco de demência", disse Liu no estudo.