Ciência

Tipo de câncer avançado é encontrado em osso de dinossauro

Essa é a primeira vez que um câncer celular é encontrado em um dinossauro. Outras espécies já apresentaram tumores benignos

Dinossauro: essa é a primeira confirmação de câncer celular em fósseis dos animais (Elena Duvernay/Stocktrek Images/Getty Images)

Dinossauro: essa é a primeira confirmação de câncer celular em fósseis dos animais (Elena Duvernay/Stocktrek Images/Getty Images)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 5 de agosto de 2020 às 07h49.

Última atualização em 5 de agosto de 2020 às 08h02.

Um osso deformado de um fóssil de um dinossauro. Foi assim que os pesquisadores descobriram um tumor maligno no dinossauro herbívoro Centrosaurus, que habitou a Terra há cerca de 76 milhões de anos.

A conclusão não veio de imediato. Inicialmente, a teoria era de que o formato esquisito do osso havia acontecido por conta de uma fratura que se curou mal, mas um estudo publicado na prestigiada revista científica The Lancet comparou com sucesso a estrutura do fóssil com um tumor no osso de um ser humano.

O diagnóstico foi de osteossarcoma, tipo de câncer que começa nas células formadoras dos ossos e é mais comum em adolescentes e jovens adultos. Por ano, são registrados cerca de 3 ou 4 casos por milhão no mundo.

Para confirmar a doença, os cientistas examinaram, documentaram e moldaram o osso a fim de fazer tomografias de alta resolução em computadores e ferramentas de reconstrução em 3D foram utilizadas para entender melhor como o câncer progrediu no animal.

A pesquisa foi realizada por paleontologistas do Museu Real de Ontário (ROM) e pela Universidade McMaster e é a primeira vez que um câncer celular foi confirmado em um dinossauro. Anteriormente, cientistas já haviam identificado tumores benignos no tiranossauro rex e artrite na família de dinossauros hadrosauridae.

A descoberta é importante para a medicina porque pode ajudar a entender melhor a origem da doença, uma vez que mais de 7,6 milhões de pessoas morrem por causa do câncer por ano no mundo, segundo uma estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS). Mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus, a doença ainda faz vítimas.

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