Amazônia: De acordo com o Deter, de janeiro a abril, desmatamento aumentou 64% (Bruno Kelly/Reuters)
Lucas Agrela
Publicado em 19 de maio de 2020 às 19h53.
Última atualização em 19 de maio de 2020 às 19h55.
O desmatamento da Amazônia está batendo recordes durante a quarentena do novo coronavírus. A ação humana não é só ruim para o meio ambiente, como pode ter uma implicação direta para a saúde pública global: o surgimento da próxima pandemia.
“A Amazônia é um grande reservatório de vírus”, disse David Lapola, pesquisador do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura da Unicamp, em entrevista à agência de notícias AFP. “Essa é mais uma razão para não usarmos os recursos da Amazônia de maneira irracional como estamos fazendo agora. É melhor não testarmos nossa sorte.”
A preocupação com a Amazônia é compartilhada por biólogos, ecologistas e epidemiologistas, pois que a mutação é inerente ao vírus e eles podem se adaptar para infectar humanos, como aconteceu com o novo coronavírus.
Segundo uma pesquisa publicada no jornal científico Proceedings of the Royal Society B, a interferência com o equilíbrio do meio ambiente aumenta o risco de vírus saltarem de espécies.
Outro estudo feito por pesquisadores americanos e ingleses, publicado na revista científica Nature, estima que ao menos 60% das 335 novas doenças que surgiram entre os anos de 1960 e 2004 vieram de outros animais para o ser humano, como o HIV, o ebola, o Mers e o Sars.
Não há nenhuma forma de prever quando ou como a próxima doença contagiosa surgirá. Mas a ciência já mostra evidências sobre os cuidados que devem ser tomados para evitar novas pandemias.