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Descoberta estrutura no interior de pirâmide no México

Pirâmide recém-descoberta, que seria a mais antiga ao corresponder ao período maias puros, tem uns 10 metros de altura

O templo de Kukulkán, no sítio arqueológico de Chichen Itzá (Pedro Pardo/AFP)
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AFP

Publicado em 17 de novembro de 2016 às 12h38.

Última atualização em 17 de novembro de 2016 às 16h27.

Uma estrutura piramidal que poderia datar dos anos 550-800 foi descoberta no interior do templo de Kukulkán, no sítio arqueológico de Chichen Itzá, no estado mexicano de Yucatán (leste), informaram nesta quarta-feira engenheiros e antropólogos mexicanos.

Esta é a segunda estrutura piramidal no interior de Kukulkán identificada depois que foi descoberta uma primeira na década de 1930, o que indica que a majestosa construção maia foi erguida em pelo menos três etapas, ou seja, três pirâmides, uma sobre a outra, até se chegar à que se conhece como "El Castillo" (O Castelo).

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"É como as bonecas matrioskas, da maior tiramos outra e outra", disse em coletiva de imprensa René Chávez Seguro, chefe do projeto e pesquisador do Instituto de Geofísica da estatal Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM).

A pirâmide recém-descoberta, que seria a mais antiga ao corresponder ao período maias puros, tem uns 10 metros de altura.

A segunda, encontrada na década de 1930 e que corresponde ao período transicional (anos 800-1000), atinge 20 metros para culminar em El Castillo, de quase 30 metros e que corresponde ao período de decadência (1050-1300).

Denisse Argote, do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH), explicou que na arqueologia pré-hispânica é comum que as estruturas mais importantes de um assentamento tenham sido realizado em várias etapas.

"Seja pela deterioração das estruturas porque chega um novo grupo de poder, porque se estabelece uma nova linhagem, porque se dá uma cerimônia de renovação dos tempos... Há muitos motivos pelos quais se pode construir uma nova estrutura", disse Argote.

Esta estrutura foi descoberta com uma técnica não invasiva no mundo, denominada tomografia, desenvolvida por especialistas da UNAM e o INAH e que consiste em iluminar o interior da pirâmide para vê-la por dentro sem danificá-la.

A importância desta descoberta, acrescentou Argote, é que permitirá conhecer com maior precisão à cultura maia pura, isto é, "sua população original sem a influência da gente do centro do México" e que imprimiu sua marca na escultura de Kukulkán tal como se conhece agora.

Com esta mesma técnica, em 2015 o INAH e a UNAM descobriram que a pirâmide de Kukulkán está construída sobre um cenote, como é denominado o rio subterrâneo que abunda no sudeste do México e que os maias consideravam sagrados.

Os investigadores presumem que os maias conheciam da existência do cenote desde que iniciaram a construção da primeira etapa do templo em homenagem a Kukulkán, a serpente emplumada, sua máxima divindade.

Os espanhóis denominaram este templo de "El Castillo" e em 2007, foi declarado, após uma votação em nível mundial, uma das sete maravilhas do mundo moderno.

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