Colisão no espaço cria tipo de estrela nunca visto antes
Quando duas anãs brancas se encontram, é mais provável que aconteça uma explosão – mas, dessa vez, o resultado foi uma "estrela estranha"
Tamires Vitorio
Publicado em 12 de janeiro de 2021 às 08h50.
Última atualização em 12 de janeiro de 2021 às 10h57.
Uma colisão entre duas anãs brancas (remanescente de estrelas parecidas com o nosso Sol) gerou um novo tipo de estrela nunca antes visto. A "estrela estranha", como tem sido chamada, foi encontrada por cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) e é um tipo de corpo zumbi.
Isso porque, segundo a astronomia, a destruição de ambos é o mais provável de acontecer quando os dois corpos colidem. Não foi o que aconteceu com a J005311, localizada em uma nuvem densa de poeira e gás – ou seja, uma nebula. A nova forma estelar tem um brilho forte quando exposta aos raios X.
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O time de astrônomos, liderado por Lidia Oskinova, da Universidade de Postdam, na Alemanha, usou o telescópio de raio X XMM-Newton para estudar o objeto, originalmente descoberto em 2019. Há dois anos, os astrônomos reportaram que o objeto tinha "altas velocidades de vento" e que era muito brilhante e massivo para ser uma anã branca comum – foi sugerido, então, que ele se tratava de um novo tipo de estrela que sobreviveu do encontro das duas anãs.
Com base nessa informação, Oskinova e seu time sugeriu que o que foi encontrado é um novo tipo de fonte de raio X causado pela colisão de duas anãs brancas. A nebula que sobrou do "acidente" também é visível na imagem, feito basicamente de elementos em neon (a parte verde da imagem).
Segundo a ESA, a estrela é extremamente instável e tem grandes probabilidades de entrar em colapso com uma estrela de nêutron nos próximos 10 mil anos.