CO2 de usinas elétricas ameaça meta contra aquecimento global, diz estudo
Aumento médio da temperatura de 1,5°C definido no Acordo de Paris pode ser extrapolado em dobro com a expansão da infraestrutura de combustíveis fósseis
Reuters
Publicado em 1 de julho de 2019 às 16h33.
Última atualização em 2 de julho de 2019 às 15h51.
Londres — As emissões de carbono de usinas movidas a combustíveis fósseis existentes e em planejamento vão superar a quantia necessária para conter o aquecimento global , ameaçando o limite de aumento da temperatura de 1,5 grau Celsius, alertaram cientistas em um estudo nesta segunda-feira.
Em 2015, quase 200 países concordaram com um rompimento radical com os combustíveis fósseis visando limitar uma elevação nas temperaturas globais a bem menos de 2 graus Celsius acima dos tempos pré-industriais e "empreendendo esforços" rumo a uma meta mais segura de 1,5 grau.
Mas o desenvolvimento econômico e a industrialização em todo o mundo resultaram em uma expansão da infraestrutura de combustíveis fósseis, como usinas elétricas e oleodutos. Atualmente o planeta caminha para uma elevação de ao menos 3 graus.
O estudo publicado por cientistas de universidades dos Estados Unidos e da China no periódico científico Nature usou dados da infraestrutura de combustíveis fósseis atual e em planejamento referentes ao final de 2018 para estimar as emissões futuras de CO2.
Eles descobriram que as emissões futuras desta infraestrutura são maiores do que a quantidade que pode ser emitida em respeito ao limite de 1,5 grau. "Nossas estimativas sugerem que pouca ou nenhuma infraestrutura emissora de CO2 adicional pode ser licenciada e que as desativações de infraestrutura que acontecem mais cedo do que as históricas (ou adaptações para captura de carbono e tecnologia de armazenamento) podem ser necessárias para se cumprir as metas climáticas do Acordo de Paris ", disse o estudo.