Ciência

Cientistas relatam novo efeito causado pela colisão de dois buracos negros

Choque entre dois buracos negros forma um terceiro buraco negro, mas com ondas gravitacionais ainda mais intensas

Buracos negros podem colidir entre si para formar um novo buraco negro com ondas gravitacionais ainda mais intensas (Reprodução/Reprodução)

Buracos negros podem colidir entre si para formar um novo buraco negro com ondas gravitacionais ainda mais intensas (Reprodução/Reprodução)

RL

Rodrigo Loureiro

Publicado em 9 de outubro de 2020 às 14h05.

Última atualização em 9 de outubro de 2020 às 15h36.

É inegável que buracos negros sejam talvez um dos maiores mistérios da humanidade (veja aqui o que a ciência sabe, até agora, sobre buracos negros). Mesmo os mais próximos da Terra ainda trazem mistérios. Um estudo recente, porém, pode trazer mais informações sobre essa anomalia interestelar, pelo menos para explicar o que acontece quando dois buracos negros se chocam.

As descobertas de uma equipe de pesquisadores do ARC Centro de Excelência para Descoberta de Ondas Gravitacionais (OzGrav) apoiam uma tese de que a colisão entre dois buracos negros cria um terceiro buraco negro. Os relatos, entretanto, indicam que este novo buraco negro pode emitir ondas gravitacionais anda maiores do que as dos dois anteriores.

Essas ondas gravitacionais intensas que alteram o comportamento do tempo e do espaço são agrupadas no que os cientistas chamam de chirps (a tradução direta para o termo seria algo próximo do verbo chiar). Durante uma fração de segundo, o buraco negro criado libera uma quantidade extremamente alta de energia que exerce uma força ainda maior na deformação da gravidade.

"Fizemos simulações de colisões de buracos negros usando supercomputadores e, em seguida, comparamos a forma de mudança rápida do buraco negro remanescente com as ondas gravitacionais que ele emite", disse, em um comunicado, Christopher Evans, coautor da pesquisa e estudante de pós-graduação do Instituto de Tecnologia da Geórgia.

Evans explica que embora os buracos negros não produzam luz, é possível observar a formação de ondas gravitacionais em torno da anomalia. "Descobrimos que esses sinais são muito mais ricos e complexos do que comumente se pensa, o que nos permite aprender mais sobre a forma mutável do buraco negro final”, afirmou, conforme reportado pelo CNET.

"O buraco negro final emite um sinal mais complexo quando observado em seu equador, com um tom que sobe e desce algumas vezes antes de ser extinto", disse Juan Calderón Bustillo, principal autor do estudo publicado na revista científica Communications Physics. "Em outras palavras, o buraco negro na verdade pode gorjear por várias vezes.”

A conclusão do estudo é de que este comportamento ocorre devido à forma adotada pelo buraco negro após a colisão, que atua como uma espécie de farol de ondas gravitacionais produzindo inúmeros chirps. É uma descoberta interessante, principalmente porque apenas no ano passado os cientistas conseguiram uma fotografia que mostra a forma de um buraco negro.

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