Ciência

Cientistas produzem anticorpos humanos específicos em laboratório

A descoberta pode acelerar a produção de anticorpos para tratar um amplo espectro de doenças e facilitar o desenvolvimento de novas vacinas

Vacina: o método atual de desenvolvimento de vacinas implica coletar amostras da doença e a criação de um antígeno (Karoly Arvai/Reuters)

Vacina: o método atual de desenvolvimento de vacinas implica coletar amostras da doença e a criação de um antígeno (Karoly Arvai/Reuters)

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EFE

Publicado em 24 de julho de 2017 às 21h47.

Washington - Um grupo de cientistas descobriu um método para desenvolver rapidamente anticorpos humanos específicos em laboratório que pode ajudar a combater doenças infecciosas e até o câncer, segundo um artigo divulgado nesta segunda-feira na revista "Journal of Experimental Medique".

Essa descoberta pode acelerar a produção de anticorpos para tratar um amplo espectro de doenças e facilitar o desenvolvimento de novas vacinas, indicaram os cientistas, que foram liderados pelo argentino Facundo Batista, do Fracis Crick Institute, de Londres.

"Em particular, deveria permitir a produção desses anticorpos em um período de tempo mais curto in vitro e sem a necessidade de vacinação ou doação de sangue de pessoas recentemente infectadas", indicou Batista no artigo.

Atualmente, o método de desenvolvimento de vacinas implica coletar amostras da doença e a criação de um antígeno, mediante ao crescimento dos vírus em células primárias, o que representa conseguir essas mostras de doadores infectados e isolar depois o antígeno das células usadas para criá-lo.

Os pesquisadores liderados por Batista conseguiram replicar esse processo no laboratório ao produzir anticorpos específicos dessas células isoladas das amostras de sangue.

No entanto, além do encontro com um antígeno concreto, as células precisam de um segundo sinal para começar a desenvolver esses anticorpos. Isso pode ser obtido por pequenos fragmentos de DNA, chamados CpG oligonucletídeos, que ativam a proteína TLR9.

Para isso, os cientistas conseguiram produzir anticorpos específicos graças ao tratamento de células infectadas com nanopartículas com CpG oligonucletídeo e o antígeno apropriado em poucos dias no laboratório.

Como consequência, o procedimento não depende que os doadores tenham sido expostos a esses antígenos previamente.

Os pesquisadores conseguiram, por exemplo, gerar anticorpos contra o HIV em células isoladas de pacientes sem HIV.

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