Monitoramento via satélite para medir a fluorescência da clorofila induzida pelo sul, um subproduto da fotossíntese nas plantas (Nasa/Getty Images/Getty Images)
EFE
Publicado em 13 de outubro de 2017 às 06h43.
Washington - Pesquisadores da Universidade de Sydney e da Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa) desenvolveram uma nova e revolucionária técnica para analisar a fotossíntese das plantas por meio de sensores remotos instalados em satélite, um sistema que pode ser usado para acompanhar a mudança climática.
A absorção de dióxido de carbono pelas plantas e sua conversão em açúcares através da fotossíntese é a base fundamental da vida na Terra.
A quantificação do fenômeno é considerada vital para as pesquisas sobre a dinâmica do ciclo do carbono terrestre.
Esse novo estudo, publicado nesta quinta-feira pela revista "Science", utiliza o monitoramento via satélite para medir a fluorescência da clorofila induzida pelo sul, um subproduto da fotossíntese nas plantas. É possível relacionar os dados com várias áreas de diferentes vegetações e em diferentes períodos de tempo.
Os vínculos observados entre a fluorescência e a absorção de dióxido de carbono da planta abrem muitas aplicações potenciais para essa técnica, como, por exemplo, a análise de mudança dos ecossistemas e a conservação da biodiversidade.
Bradley Evans, coautor do estudo e professor titular da Escola de Ciências Ambientais e da Vida, colaborou com David Schimel, da Nasa, para desenvolver uma forma mais direta de medir o crescimento das plantas utilizando o Observatório de Carbono (OCO2) por satélite.
"Estamos realmente entusiasmados com nossos resultados e como estamos um passo mais perto de uma estimativa quantitativa dos fótons de luz resultantes da fotossíntese", explicou.
"Também esperamos que nossos resultados ajudem a outros a quantificar melhor os fluxos de carbono, para que possamos entender mais sobre o clima e o ecossistema da Terra", completou.
A pesquisa de Evans teve colaboração do Sydney Informatics Hub (SIH) e do Centro de Pesquisa Básica da Universidade de Sydney, dedicado à computação de alto rendimento, ciência de dados e estudos de acesso aberto.
"Esse trabalho é uma conquista muito impressionante, e a publicação em uma das revistas mais prestigiosas do mundo mostra a importância desses resultados", disse o diretor do SIB, Dietmar Müller.