Ciência

Cientistas desenvolvem "pele de camaleão" artificial

Pesquisadores ingleses desenvolvem uma pele artificial que muda de cor quando iluminada

Peles artificiais: ingleses criam pele artificial que é capaz de mudar de cor (Getty Images/Reprodução)

Peles artificiais: ingleses criam pele artificial que é capaz de mudar de cor (Getty Images/Reprodução)

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Maria Eduarda Cury

Publicado em 5 de setembro de 2019 às 05h55.

Última atualização em 5 de setembro de 2019 às 10h25.

São Paulo - Pesquisadores ingleses da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, desenvolveram uma pele artificial que muda de cor conforme a luz, assim como a de um camaleão. A pesquisa foi publicada na revista científica Advanced Optical Materials.

No mundo animal, chocos e camaleões são exemplos de seres que mudam a sua cor para se camuflarem. A fim de replicar algo semelhante em pele humana, os cientistas utilizaram partículas de ouro minúsculas revestidas em uma espécie de "casca" de polímero, e espremeram a mistura em um frasco de pequenas gotas de água em óleo.

Essa pele artificial pode ser utilizada tanto para camuflagem como para exibições em grande escala. Para mudarem de cor, as partículas unidas são expostas ao calor ou à luz, de forma que os pigmentos se espalham e revelam a cor. Para voltar para a coloração comum, a pele é afastada da origem do calor ou da luz e os pigmentos se tornam espremidos novamente.

Porém, em vez de utilizarem fibras que se contraem - como acontece no reino animal -, essa pele artificial faz uso de nano-mecanismos que são movidos por iluminação. O material precisa ser aquecido em 32 graus Celsius ou mais, e suas nanopartículas abrigam quantidades relevantes de energia elástica, conforme os polímeros revestidos expulsam toda a água interna e entram em colapso.

A pele, então, começa a ser resfriada e os polímeros voltam a absorver água. O que determina a cor das nanopartículas é a sua geometria: quando estão separadas, se tornam vermelhas e quando se unem, passam a ser azul escuro. Além disso, as gotas de água que atuam como células também comprimem as nanopartículas em conjunto, fazendo com que estas se sombreiem e fiquem quase transparentes.

De acordo com os pesquisadores, o material ainda possui apenas uma única camada. Por isso, só é possível realizar a mudança para uma cor de cada vez. A ideia é unir diferentes materiais e formas de partículas minúsculas para serem utilizados em camadas adicionais. Com isso, seria possível formar uma composição de cores dinâmica, assim como a pele de um camaleão.

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