Cientistas descobrem dois novos planetas órfãos na Via Láctea
Planetas que vagam “soltos” pela galáxia podem ser mais numerosos que as estrelas
Ariane Alves
Publicado em 13 de novembro de 2018 às 18h42.
São Paulo - Os planetas órfãos (ou interestelares) são corpos celestes que não giram em torno de estrelas , permanecendo “soltos” pela galáxia. Por alguma razão, tais planetas escaparam das cadeias gravitacionais das suas estrelas-mãe, não sendo fáceis de encontrar atualmente. Um estudo feito ao longo de vinte anos e publicado no início de novembro anunciou que uma nova técnica permitiu a descoberta de dois novos exemplares de planetas órfãos.
Conhecida como “microlente gravitacional”, a técnica foi projetada para detectar sutis variações de luz em estrelas quando outros objetos com massa passam em sua frente, alterando a curva da luz com a influência de suas gravidades por alguns dias. Os planetas órfãos, porém, mantêm essa alteração por menos de meio dia.
Sinais curtos têm registro frequente
O planeta órfão OGLE-2017-BLG-0560, com massa semelhante à de Júpiter, foi encontrado em 16 de abril de 2017. A equipe sugeriu que, devido ao curto sinal de microlente emitido por esse planeta, talvez eventos similares tenham sido perdidos em análises anteriores. O outro planeta, OGLE-2012-BLG-1323, foi descoberto por um sinal esquecido em agosto de 2012.
Até o momento, os astrônomos afirmam que os dois planetas flutuam livremente pela galáxia. Caso estejam errados e os planetas na realidade orbitem estrelas, devem estar muito longe delas, que provavelmente serão muito pequenas, uma vez que os seus efeitos não podem ser observados.
No artigo, a equipe sugere que, embora apenas alguns eventos como esses sejam conhecidos, pode haver uma grande população de pequenos planetas órfãos, mais numerosos até que a quantidade de estrelas na Via Láctea.