Inteligência artificial: para criar o DNA sintético, os pesquisadores utilizaram o GAN (metamorworks/Getty Images)
Laura Pancini
Publicado em 10 de fevereiro de 2021 às 14h46.
Última atualização em 10 de fevereiro de 2021 às 14h47.
A inteligência artificial (IA) acaba de ir um passo além. Uma equipe de cientistas da da Universidade Paris-Saclay, da França, e da Universidade de Tartu, da Estônia, conseguiram criar um algoritmo que gera sequências de DNA de pessoas inexistentes.
Para criá-lo, a equipe usou um tipo de IA chamado Generative Adversarial Network (GAN, ou rede adversária generativa em português). O GAN é composto de dois algoritmos que geram rapidamente algum tipo de resultado, verificam seu trabalho com comparações a exemplos do mundo real e refinam conforme se desenvolvem.
Com ele, a equipe conseguiu replicar genomas humanos realistas que, de acordo com eles, são indistinguíveis do DNA verdadeiro — a única diferença é que são totalmente sintéticos.
Os pesquisadores acreditam que o projeto pode ser usado como uma ferramenta para geneticistas de pesquisa, que podem experimentar com genética sem comprometer a ética científica ou a vida de pessoas reais.
Para um geneticista não relacionado ao estudo, a novidade pode não ser tão revolucionária assim. Em entrevista ao Futurism, ele afirma que ainda existem muitas dúvidas sobre o genoma humano e o que diferentes partes dele fazem e significam. Portanto, não é muito viável juntá-lo a um algoritmo que aprende a partir de exemplos.
A questão, portanto, é se o DNA sintético se tornaria realmente uma sequência humana genética funcional. “No que diz respeito a compilar isso em um humano, definitivamente não vejo o caminho para isso”, disse Deanna Church, vice-presidente da empresa de biotecnologia Inscripta, ao Futurism. “Há um longo caminho entre a geração computacional de sequências do genoma até sua conversão em uma célula humana.”