Ciência

China confina 17 milhões após maior registro de covid-19 em dois anos

Houve 3.939 casos da doença em 24 horas; política restrita também impõe restrições de viagem e testes massivos

Morador da cidade chinesa de Changchun passa por teste de covid-19 (AFP/AFP)

Morador da cidade chinesa de Changchun passa por teste de covid-19 (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 13 de março de 2022 às 10h12.

Última atualização em 13 de março de 2022 às 10h12.

A China registrou, neste domingo (13), 3.939 casos de covid-19 em 24 horas, o número mais alto em dois anos no gigante asiático, onde a população de várias cidades foi confinada por causa do surto do vírus, informou a Comissão Nacional de Saúde. 

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O aumento nos contágios levou às autoridades a fechar escolas em Xangai e confinar os habitantes de cidades no nordeste do país, enquanto que 19 províncias enfrentam surtos da  variante ômicron e delta do coronavírus.

Na cidade de Kirin, os habitantes de centenas de bairros foram confinados parcialmente, anunciou, neste domingo, um funcionário municipal.

A China, berço do vírus, seguiu uma política restrita de "zero covid" com confinamentos, restrições de viagem e testes massivos quando eram detectados focos de infecção.

No entanto, o número de contágios no país 1,4 bilhão de habitantes é pequena quando comparado com os de outros países.

Os habitantes de Kirin completaram seis etapas de testes massivos, disseram as autoridades.

A cidade vizinha de Changchun, um centro industrial de 9 milhões de habitantes, decretou confinamento na sexta-feira.

O surto "reflete que a variante ômicron se propaga de maneira silenciosa, é muito contagiosa, rápida e difícil de detectar nas fases iniciais, comentou, neste domingo, a jornalistas Zhang Yan, autoridade sanitária da província de Kirin.

"Os mecanismos de resposta de emergências em algumas áreas não são suficientemente robustos, não há compreensão suficiente das características da variante ômicron e foram tomadas decisões inadequadas", acrescentou Zhang.

O prefeito de Kirin e o chefe da comissão de saúde de Changchun foram afastados de seus cargos no sábado, informou a imprensa estatal.

As cidades menores de Siping e Dunhua, ambas na província de Kirin, foram confinadas na quinta e sexta-feira, segundo anúncios oficiais.

A cidade de Shenzhen, um polo tecnológico no sul da China, entrou em confinamento neste domingo, anunciou o governo local, após anunciar 66 novos casos de coronavírus e o fechamento da área comercial.

As autoridades chinesas pediram aos 17 milhões de habitantes desta cidade, que abriga as gigantes tecnológicas Huawei e Tencent, que permaneçam em casa para controlar um surto da variante ômicron.

Cansaço

Da mesma forma, a cidade de Hunchun, na fronteira com Rússia e Coreia do Norte, foi confinada em 1º de março, disseram as autoridades.

Três hospitais foram construídos aceleradamente nessa cidade para atender a pacientes de Covid-19, informou a agência oficial Xinhua.

No entanto, há evidências de esgotamento da abordagem restrita na China e algumas autoridades têm buscado medidas mais brandas e focadas para conter o vírus, ao tempo que economistas alertam de danos à economia por causa dos confinamentos.

Com o aumento de contágios desde fevereiro, a resposta em diferentes partes do país tem sido, em geral, mais branda que em dezembro, quando os 13 milhões da cidade do norte do país Xi'an foram confinados durante duas semanas.

Indo na contra mão do enclausuramento, na maior cidade do país, Xangai, as autoridades fecharam temporariamente algumas escolas, empresas, restaurantes e centros comerciais, ao invés, de confinamentos massivos.

Nos hospitais da cidade formaram-se longas filas de pessoas em busca de testes de Covid-19.

Na semana passada, uma autoridade científica chinesa disse que o país deveria pensar em conviver com o vírus como o fazem outros países onde a variante ômicron se estendeu rapidamente.

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