(Johannes Simon/Getty Images/Getty Images)
EFE
Publicado em 24 de agosto de 2018 às 17h44.
O Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN) "alcançou um maior nível na compreensão da antimatéria" ao observar, pela primeira vez, a transição eletrônica Lyman-alfa em um átomo de anti-hidrogênio, segundo um comunicado.
A Lyman-alpha é uma das transições eletrônicas descobertas no átomo de hidrogênio há mais de um século pelo físico Theodore Lyman e permite aos astrônomos explorar o espaço existente entre duas galáxias e testar os modelos cosmológicos.
No caso dos estudos sobre a antimatéria, a transição Lyman-alfa "poderia permitir realizar medidas de precisão sobre a forma como o anti-hidrogênio reage à luz e à gravidade".
Caso fosse encontrada "a mais mínima diferença" entre a reação da matéria e a da antimatéria, isso permitiria consolidar os fundamentos do modelo padrão da física de partículas.
Além disso, seria possível compreender melhor por que o Universo é formado quase totalmente de matéria, embora no Big Bang a matéria e a antimatéria tenham sido criadas em quantidades iguais.
Este novo avanço tem como responsável o experimento Alpha, que foi iniciado em 2005 e que tem entre suas tarefas criar, capturar e estudar átomos de anti-hidrogênio e compará-los com os de hidrogênio.
O porta-voz do Alpha, Jeffrey Hangst, afirmou que estão "muito contentes com este resultado", pois a transição Lyma-alpha é "difícil de observar inclusive no hidrogênio".
Os especialistas chegaram a este resultado graças à sua capacidade de capturar e reter um grande número de átomos de anti-hidrogênio e utilizando uma fonte de luz laser pulsada.
O próximo passo será o resfriamento a laser, o que melhorará as medições espectroscópicas e gravitacionais de precisão.
O CERN considera que o Alpha, graças a este e outros resultados anteriores, "abre decididamente o caminho para experimentos de precisão que poderiam revelar certas diferenças de comportamento entre a matéria e a antimatéria".