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Pegar coronavírus duas vezes é possível? USP tenta descobrir

Dois pacientes se curaram da covid-19 em maio, mas voltaram a ter sintomas e diagnóstico positivo dois meses depois

Hospital das Clínicas: hospital trabalha com a hipótese de "confusão" de diagnóstico (Maxpana3/Wikimedia Commons)

Hospital das Clínicas: hospital trabalha com a hipótese de "confusão" de diagnóstico (Maxpana3/Wikimedia Commons)

AO

Agência O Globo

Publicado em 18 de julho de 2020 às 16h30.

Última atualização em 20 de julho de 2020 às 09h23.

Dois casos de possível reinfecção por coronavírus são investigados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Estão sob análise dois pacientes que se curaram da covid-19 em maio, mas tiveram de novo sintomas da doença em julho. Os testes de ambos voltaram a dar positivo para o Sars-CoV-2.

“Os sintomas e testes positivos em dois períodos diferentes poderiam ser explicados por outra virose por um vírus diferente, que causaria confusão porque haveria ainda fragmentos inativos
[de Sars-CoV-2] que permaneceram no corpo do paciente”, afirma a instituição em nota enviada à imprensa. A informação sobre a investigação foi antecipada pelo jornal “Folha de S.Paulo” neste sábado (18).

Para confirmar essa hipótese de “confusão” de diagnóstico, considerada a mais provável para compreender essa situação, as duas pessoas (um funcionário e um paciente que não trabalha no local) passarão por testes para mais vírus, em busca de outro que possa estar causando a nova doença.

Essa linha de investigação é tida como a mais provável porque a reinfecção pelo novo coronavírus não foi constatada “em nenhum outro caso registrado pela literatura médica internacional”, destaca o hospital. Casos assim já foram pesquisados e descartados na Coreia do Sul, por exemplo. Os estudos mais recentes, pelo contrário, indicam que a imunidade contra a covid-19 pode ser duradoura.

Outra hipótese levantada pelos pesquisadores do HC é a de que o Sars-CoV-2 possa ter uma longa permanência no corpo e um período de inatividade. Isso acontece com outros vírus, como o da herpes, que volta a se manifestar em alguns indivíduos quando a sua imunidade fica baixa. Esse comportamento, porém, também parece pouco provável para os cientistas quando se trata do novo coronavírus. Pelo registrado até hoje, ele não age dessa forma.

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