Ciência

Buracos negros são feitos de pequenos universos que entraram em colapso, sugere estudo

O estudo (que, é claro, ainda não foi confirmado e não passa de uma especulação) também indica que os multiversos são reais

Buracos negros: teoria indica do que eles são feitos (Elen11/Getty Images)

Buracos negros: teoria indica do que eles são feitos (Elen11/Getty Images)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 8 de janeiro de 2021 às 07h00.

De que são feitos os buracos negros? A resposta ainda é um mistério, mas uma nova teoria sugere que pelo menos alguns – aqueles formados logo no começo do universo que conhecemos – podem ter se originado de outros pequenos universos que entraram em colapso.

O estudo (que, é claro, ainda não foi confirmado e não passa de uma especulação) indica que os multiversos são reais. Isso quer dizer que o presente no Sistema Solar é apenas mais um em uma estrutura mais complexa – e, se existe um lado de fora, ao observar o universo no qual a Terra está presente, um indivíduo poderá ver as estrelas, as galáxias, e tudo que há por aqui como um buraco negro primordial.

As empresas do futuro estão aqui. Conheça os melhores investimentos em ESG na EXAME Research

"Ainda não sabemos do que a matéria escura é feita, mas, uma vez que os buracos negros existem, é natural nos perguntarmos se ela pode ser composta de buracos negros que podem se formar antes das galáxias e das estrelas", afirmou o astrofísico Alexander Kusenko, Universidade da Califórnia em Los Angeles, um dos autores do estudo, ao site Vice.

Os cientistas também apontam que os buracos negros primordiais foram produzidos por bolhas de vácuo falsas durante sua inflação que, ao entrarem em colapso, se tornaram "responsáveis por toda a matéria escura existente". Por conta da expansão das bolhas que os pequenos universos dentro dos buracos negros se formaram, de acordo com a nova teoria.

Kusenko e os demais pesquisadores acreditam que poderão testar a hipótese usando o telescópio Subaru Hyper Suprime-Cam (HSC) ou no observatório chileno, cujas operações devem ser iniciadas em 2022.

Agora é esperar. Nada é certo dentro de um buraco negro.

O buraco negro pode "comer" a galáxia?

A teoria geral da relatividade de Albert Einstein já previa que, quando uma estrela massiva morre, ela deixa para trás um núcleo denso remanescente — se a massa dele for cerca de três vezes maior que a do Sol, a equação mostrava que a força da gravidade, mais forte do que qualquer outra, transformava a morte das estrelas em um fenômeno que hoje conhecemos como buraco negro.

O buraco, apesar do nome, não é vazio, mas sim a junção de matérias em uma única área. A Nasa explica que, para entender melhor como funciona um buraco negro, basta pensar em uma estrela dez vezes mais massiva que o Sol, colocada em uma esfera de diâmetro aproximado com a cidade de Nova York: o resultado, então, é um campo gravitacional tão forte que nada pode escapar dele. Na Via Láctea existem diversos buracos negros — e os cientistas ainda não encontraram todos, é claro.

Mas, calma. Segundo a Nasa, é impossível que um buraco negro (por maior que ele seja) consiga “comer” uma galáxia inteira. O sistema solar segue a salvo.

Como um buraco negro é formado e qual o seu tamanho?

A maioria dos buracos negros é formado com base nos resquícios de uma estrela grande que morreu durante uma explosão de supernova. Para que isso aconteça, no entanto, é preciso que a estrela em questão seja três vezes maior do que o Sol.

Apenas para nível de comparação, a massa do Sol é de 1.988.500. Multiplique isso por três. É por isso que um buraco negro é tão potente a ponto de engolir tudo que está próximo a ele.

Um buraco negro estelar pode se formar em segundos após uma estrela grande se colapsar. Já os buracos negros supermassivos podem demorar um pouco menos de bilhões de anos para alcançar seu maior tamanho.

Recentemente um buraco negro "que nem deveria existir" foi encontrado por cientistas. A equipe de pesquisadores identificou o IMBH, que possui massa 142 vezes maior do que a do Sol e, por isso, não se encaixa na descrição de nenhum tipo de buraco negro conhecido atualmente.

Como eles são encontrados?

Encontrar um buraco negro é uma tarefa difícil para os astronômos. Isso porque ele engole qualquer tipo de luz que seja colocada próximo a ele. Mas a forma mais comum de achar um é ficar de olho nos arredores quais há desconfiança, uma vez que os buracos negros engolem todas as coisas, mas deixam vestígios de sua "alimentação".

Conforme eles adquirem novas estrelas, a massa gravitacional e as forças magnéticas deles aumentam, superaquecendo, e emitem radiação. Eles não querem passar despercebidos --- e, se querem, são muito bagunceiros para isso.

Acompanhe tudo sobre:Albert Einstein (cientista)Buracos negrosEspaçoPesquisas científicasStephen HawkingTeoria da relatividade

Mais de Ciência

Estresse excessivo pode atrapalhar a memória e causar ansiedade desnecessária, diz estudo

Telescópio da Nasa mostra que buracos negros estão cada vez maiores; entenda

Surto de fungos mortais cresce desde a Covid-19, impulsionado por mudanças climáticas

Meteoro 200 vezes maior que o dos dinossauros ajudou a vida na Terra, diz estudo