Vibrações sísmicas: elas percorrem o planeta como ondas, criando ruído sísmico de terremotos, vulcões, ventos e rios (Mike Blake/Reuters)
Reuters
Publicado em 23 de julho de 2020 às 19h20.
Última atualização em 23 de julho de 2020 às 19h33.
As quarentenas da covid-19 em todo o mundo levaram a uma redução de vibrações sísmicas ligadas a atividades humanas mais longa da história, aprimorando a capacidade dos cientistas para captar os sinais naturais da Terra e detectar terremotos, revelou um estudo nesta quinta-feira.
As vibrações percorrem o planeta como ondas, criando ruído sísmico de terremotos, vulcões, ventos e rios, além de atividades humanas como viagens e indústrias.
No estudo, publicado no periódico científico Science e realizado por meio de redes internacionais de sismógrafos, cientistas descobriram que as vibrações terrestres ligadas a humanos diminuíram, em média, 50% entre março e maio deste ano.
"O período de pausa do ruído sísmico de 2020 é a redução de ruído sísmico global antropogênico mais longa e proeminente já registrada", escreveram. O trabalho foi coliderado pelo Real Observatório da Bélgica e cinco outras instituições usando dados de 268 estações de monitoramento de 117 países.
Começando na China no final de janeiro e seguida pela Europa e o resto do globo de março a abril, pesquisadores viram "uma onda de aquietamento" enquanto medidas de isolamento eram adotadas em todo o mundo para desacelerar a pandemia de coronavírus.
As viagens e o turismo foram praticamente suspensos, milhões de escolas e indústrias fecharam e muitas pessoas ficaram confinadas em casa.
As maiores reduções de vibrações induzidas por humanos foram vistas em áreas densamente povoadas, como Cingapura e a cidade de Nova York, mas reduções também foram vistas em áreas como a Floresta Negra da Alemanha e Rundu, na Namíbia.