Ciência

Astronautas usam Plástico Verde da Braskem na Estação Espacial

A tecnologia permite a manufatura de ferramentas e peças de reposição no espaço em resina de origem renovável, dando mais autonomia às missões espaciais

Estação espacial: "A capacidade de imprimir peças e ferramentas em 3D sob demanda aumenta a confiabilidade e segurança de missões espaciais" (Divulgação/NASA)

Estação espacial: "A capacidade de imprimir peças e ferramentas em 3D sob demanda aumenta a confiabilidade e segurança de missões espaciais" (Divulgação/NASA)

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EFE

Publicado em 3 de novembro de 2016 às 21h19.

São Paulo - O Plástico Verde da cana-de-açúcar agora é utilizado para a criação de peças no espaço, graças a uma parceria da Braskem, maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, com a Made In Space, empresa norte-americana líder no desenvolvimento de impressoras 3D para operação em gravidade zero e fornecedora da Nasa.

A tecnologia permite a manufatura de ferramentas e peças de reposição no espaço em resina de origem renovável, dando mais autonomia às missões espaciais.

A primeira peça com a matéria-prima criada fora da Terra foi um conector de tubos para irrigação de vegetais fabricado na Additive Manufacturing Facility (AMF), primeira impressora 3D comercial permanentemente alocada no espaço.

O equipamento, que irá confeccionar diversos tipos de peças com o Plástico Verde 'I'm green', está na Estação Espacial Internacional (International Space Station - ISS) e foi desenvolvido pela Made In Space com o apoio da CASIS (Center for the Advancement of Science in Space).

Há mais de um ano, a equipe de Inovação e Tecnologia da Braskem trabalha ao lado da Made In Space no desenvolvimento de uma solução em Polietileno Verde para a impressão 3D em ambientes de gravidade zero.

A parceria possibilita aos astronautas receber, no espaço, um e-mail com o design digital de peças e imprimi-las, gerando uma redução drástica de tempo e de custos.

"Com essa parceria, combinamos uma das grandes inovações em polímeros, o Polietileno Verde, com alta tecnologia espacial para a impressão 3D de objetos em gravidade zero. Ter um polímero renovável para impressão no espaço é um marco em nossa história", diz Patrick Teyssonneyre, diretor de Inovação e Tecnologia da companhia.

O Plástico Verde 'I'm green' da Braskem foi escolhido para o projeto por reunir características como flexibilidade, resistência química e reciclabilidade, além de ser de fonte renovável.

Há grande expectativa sobre os benefícios do projeto, já que a impressão 3D no espaço foi definida pela Nasa como um dos avanços essenciais para uma eventual missão a Marte.

"A capacidade de imprimir peças e ferramentas em 3D sob demanda aumenta a confiabilidade e segurança de missões espaciais. Essa parceria com a Braskem é fundamental para a diversificação de matérias-primas usadas na AMF e, assim, tornar a impressão mais robusta e versátil", afirma Andrew Rush, presidente da Made In Space.

A tecnologia da Braskem também está presente na estrutura da impressora. A mesa de impressão do equipamento é feita de Polietileno de Ultra-Alto Peso Molecular (UHMW-PE), conhecido pela marca UTEC®.

A resina se destaca por proporcionar melhor aderência na impressão com Polietileno Verde e oferece propriedades mecânicas, tais como elevada resistência à abrasão e ao impacto.

O projeto deverá impulsionar o desenvolvimento de soluções que vão além da manufatura no espaço, criando oportunidades de inovação com o uso de poliolefinas.

A área de inovação da Braskem está preparada para criar, em parceria com seus clientes, soluções em Polietileno Verde e torná-las específicas para impressão 3D.

"A tecnologia tem o potencial de impactar a cadeia do plástico, por meio da viabilização de novas aplicações e da personalização em massa feita com uma matéria-prima de fonte renovável", afirma Gustavo Sergi, diretor de Químicos Renováveis da empresa.

Reforçando a importância do PE Verde com relação ao seu aspecto ambiental, uma nova Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) do Polietileno Verde 'I'm green' apontou para uma captura 2,78 toneladas de CO2 para cada tonelada de resina de origem renovável produzida.

O estudo foi realizado pela consultoria ACV Brasil e com revisão técnica de um painel composto pelo Institute for Energy and Environmental Research GmbH (IFEU) e pela Michigan State.

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