Arqueólogos descobrem máscara de pedra de 9.000 anos na Cisjordânia
O anúncio reforça a teoria dos arqueólogos de que encontraram um centro de produção de máscaras do Neolítico
EFE
Publicado em 28 de novembro de 2018 às 16h52.
Última atualização em 28 de novembro de 2018 às 16h52.
Jerusalém - O anúncio nesta quarta-feira, 28, da descoberta de uma máscara de pedra de 9.000 anos de antiguidade perto do assentamento judaico de Pnei Hever, na Cisjordânia ocupada, reforça a teoria dos arqueólogos de que encontraram um centro de produção de máscaras do Neolítico.
A peça, talhada em pedra caliça amarela rosácea e com quatro buracos no seu perímetro, provavelmente para amarrá-la a um rosto humano vivo ou a um bastão ou instrumento similar para sua exibição, segundo os arqueólogos, foi achada meses atrás e acaba de ser transferida aos laboratórios da Autoridade Arqueológica de Israel (AAI), em Jerusalém, para análise.
O estudo inicial da máscara será apresentado amanhã na reunião anual da Sociedade Pré-Histórica de Israel .
"É uma descoberta arqueológica extraordinária. E mais incomum ainda é o fato que saibamos de que jazida provém", declarou Ronit Lupu, da unidade de Prevenção de Roubos de Antiguidades da AAI, em comunicado. "Que saibamos o lugar específico onde foi descoberta faz com que esta máscara seja mais importante que a maioria das outras deste período que conhecemos", acrescentou a arqueóloga. Além disso, Lupu destacou que o alto nível de acabamento da peça também a distingue.
Segundo o diretor do Departamento de Pesquisa Arqueológica da AAI, Omry Barzilai, as máscaras de pedra estão relacionadas com a revolução agrária. "A transição de uma economia baseada na caçada e coleta a uma baseada nos princípios da agricultura e da domesticação de plantas e animais esteve acompanhada de mudanças na estrutura social e de um aumento substancial nas atividades religiosas rituais", afirmou.
Por isso, "o achado de elementos rituais daquele período inclui figuras humanas, caveiras engessadas e máscaras de pedra", completou Barzilai.
Segundo seus descobridores, há apenas outras 15 máscaras conhecidas no mundo que datam desse período, e só duas delas foram descobertas em um contexto arqueológico claro. As restantes se encontram em coleções privadas, o que dificulta seu estudo.