Ciência

Agência europeia analisa aprovação da vacina da Johnson & Johnson

Comitê da Agência de Medicamentos Europeia se reúne nesta quinta para avaliar o uso emergencial do imunizante contra a covid-19

Vacina da Johnson & Johnson: o imunizante de dose única é esperança para acelerar a vacinação (Michael Ciaglo/Getty Images)

Vacina da Johnson & Johnson: o imunizante de dose única é esperança para acelerar a vacinação (Michael Ciaglo/Getty Images)

FS

Filipe Serrano

Publicado em 11 de março de 2021 às 06h00.

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Um comitê de especialistas da Agência de Medicamentos Europeia (EMA, na sigla em inglês) se reúne nesta quinta-feira (11) para analisar o pedido de uso emergencial da vacina da Janssen, braço farmacêutico do laboratório Johnson & Johnson.

Se aprovada, a vacina da Johnson & Johnson pode se tornar o quarto imunizante aprovado para o uso da União Europeia, depois das vacinas contra o coronavírus da Pfizer/BioNtech, AstraZeneca/Oxford e do laboratório americano Moderna.

A possível aprovação de mais uma vacina na Europa traz esperança para acelerar a campanha de vacinação nos países europeus, que está em ritmo lento comparado a outros países ricos. A União Europeia encomendou 200 milhões de doses da vacina da Johnson & Johnson, o que pode ajudar a ampliar a vacinação.

Enquanto a União Europeia já aplicou 44 milhões de doses de vacinas (9,9 doses para cada 100 habitantes), nos Estados Unidos o número chega a 96 milhões (28,8 doses a cada 100 habitantes). Em comparação, no Brasil já foram aplicadas 12 milhões de doses (5,73 a cada 100 habitantes). Os dados são da agência Bloomberg. A maior parte das vacinas já aplicadas no mundo exigem duas doses para cada pessoa.

A vantagem da vacina da Johnson & Johnson é que ela requer apenas uma dose, o que pode acelerar a campanha de imunização no mundo. A vacina é a maior esperança para que a recuperação econômica em 2021.

Os Estados Unidos foram o primeiro país a aprovar a recomendação do uso emergencial da vacina da Johnson & Johnson em 27 de fevereiro.

No Brasil, o governo discute a compra de doses da vacina da Johnson & Johnson. O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, deve se reunir com representantes da Johnson & Johnson no dia 16 para discutir o uso emergencial do imunizante. Ontem, o presidente Jair Bolsonaro sancionou medidas que facilitam a compra de vacinas no país.

Qual a eficácia da vacina da Johnson & Johnson

A vacina da J&J se mostrou 66% eficaz na prevenção da covid-19 de diversas variantes em um teste global com quase 44 mil pessoas, informou a empresa no mês passado. Sua eficácia variou em cada país onde foi testado: Estados Unidos obteve 72%; enquanto a América Latina teve 66% e a África do Sul 57%, mas, sua eficácia para impedir casos graves da doença foi de 85%.

A vacina da J&J é produzida do mesmo material utilizado no desenvolvimento da vacina do Ebola, que inclui o vírus inativado da gripe comum. Ela pode ser armazenada à temperatura de geladeiras normais, uma grande vantagem competitiva em países com uma infraestrutura de saúde relativamente mais fraca.

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